A divulgação do IBC-Br, o indicador de atividade econômica publicado pelo Banco Central, mostrou alta de 0,8% em março relação ao mês anterior. Mais uma vez superou as expectativas.
Rachel de Sá, estrategista de investimentos da XP, que comandou o programa Morning Call da XP nesta terça (20), disse que o IBC-Br não integra os modelos de atividade econômica pela grande parte dos analistas, mas não deixa de ser um indicador que traz um termômetro de como está a atividade econômica no país.
“Ele veio acima do esperado, foi bastante forte, impulsionado principalmente pelo setor agropecuário, que avançou 1% no mês e quase 20% quando se faz a comparação anual”, comentou.
Safra recorde
Segundo ela, o crescimento substancial do setor agropecuário se deve a safra recorde de soja. Essa expansão acaba também impulsionando parte do setor de serviços ligado ao transporte. “Isso já era esperado esse grande protagonismo do setor primário da economia no primeiro trimestre desse ano”, disse.
“Mas é mais um indício que a atividade econômica aqui no Brasil segue bastante forte. Quando a gente olha fora do setor agropecuário, a gente também vê resiliência no setor industrial e no setor de serviços”, complementou.
Na ótica da demanda, de acordo com Rachel de Sá, o consumo das famílias segue bastante forte apoiado no mercado de trabalho apertado e a renda das famílias em alta.
“A gente não vê muito espaço para o Banco Central começar a considerar corte de juros, com a manutenção dos juros por mais tempo”, afirmou. “Mas parte dos investidores espera ciclo de queda comece esse ano”, acrescentou.
As falas do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, de manter as taxas de juros por mais tempo foram lidas como parcialmente dovish (postura menos dura) do mercado. Ela cita o fechamento da curva de juros futuros como retrato de uma leitura do mercado menos pessimista.
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Fonte: InfoMoney