O Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia dos Estados Unidos (NIST, na sigla em inglês) deu um salto na ciência da medição do tempo. Isso porque o novo relógio atômico NIST-F4 entrou em operação no seu campus em Boulder, Colorado.
O relógio é do tipo “fonte” e figura entre os cronômetros mais precisos já desenvolvidos. Capaz de “rastrear” o tempo com um desvio inferior a um segundo em 100 milhões de anos, o NIST-F4 já ajuda a calibrar o horário oficial dos EUA.
Por dentro do NIST-F4, novo relógio atômico que redefine a precisão horária mundial
O relógio opera com átomos de césio, que oscilam entre estados quânticos a uma frequência superior a nove bilhões de vezes por segundo. Em seguida, acontece o seguinte:
- Lasers resfriam esses átomos até quase o zero absoluto;
- Sua frequência é medida conforme atravessam uma câmara de micro-ondas;
- Átomos sobem e descem como água numa fonte, fazendo “tique-taque” com precisão extrema.

Essa medição extremamente estável permite uma definição do segundo de maneira exata, segundo pesquisas. Por isso, o NIST-F4 é um instrumento vital para a calibração do Tempo Universal Coordenado (UTC) — o padrão internacional de tempo.
‘Coração do tempo’
A avaliação da precisão do NIST-F4 consta num artigo publicado na revista científica Metrologia recentemente.
O texto revela que, além do papel atual do novo relógio atômico na escala UTC, o NIST-F4 está no caminho para se juntar ao seleto grupo de cronômetros certificados pelo Escritório Internacional de Pesos e Medidas (BIPM, na sigla em inglês).

“A agência já se beneficiou significativamente do alto tempo de funcionamento e da confiabilidade de desempenho da fonte”, afirmou Liz Donley, chefe da divisão de tempo e frequência do NIST, em comunicado.
Esse reconhecimento coloca o NIST-F4 no centro da definição do tempo global. Em outras palavras, faz dele uma espécie de “coração do tempo” na era da precisão extrema.
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Sabia que o Sol tem tudo a ver com giro dos relógios de ponteiro?
O movimento circular dos ponteiros do relógio é tão familiar que raramente paramos para pensar de onde ele vem. Ele começa do topo para a direita, depois para baixo, esquerda e retorna ao topo.

Chamado de sentido horário, ou “clockwise” em inglês, esse padrão não foi escolhido aleatoriamente. Ele é, na verdade, uma herança direta da forma como o Sol se movimenta no céu. Ou melhor, da forma como parece se mover, quando visto do hemisfério norte.
Entenda por que os ponteiros dos relógios giram nesse sentido específico e como esse padrão nasceu da observação solar nos relógios de sol nesta matéria do Olhar Digital.
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Fonte: Olhar Digital