No início oficial de seu pontificado, o Papa Leão XIV fez críticas diretas ao modelo econômico global atual, ao apontar que ele “explora os recursos da Terra e marginaliza os mais pobres”. A declaração ocorreu neste domingo (18), durante a missa de inauguração do seu ministério, celebrada na Praça São Pedro, no Vaticano, com a presença de milhares de fiéis e delegações internacionais.
A fala reforça a expectativa de continuidade em relação à agenda social do papado anterior, com foco em justiça, equidade e meio ambiente. Diante de cardeais, autoridades e representantes diplomáticos, Leão XIV defendeu uma “Igreja unida” que possa servir como “fermento para um mundo reconciliado”.
O pontífice mencionou a persistência da discórdia global, citando explicitamente o avanço do ódio, da violência, de preconceitos e do medo do diferente. Para ele, essas feridas são aprofundadas por um sistema econômico baseado na exclusão. Segundo disse, a Igreja deve atuar como força de comunhão e fraternidade em meio a esse cenário.
Leão XIV também reforçou o papel da fé como motor de transformação social e defendeu o diálogo entre diferentes povos e culturas. Ele afirmou que a unidade não significa eliminar as diferenças, mas valorizá-las: “Uma unidade que não anula as diferenças, mas valoriza a história pessoal de cada um e a cultura social e religiosa de cada povo”, declarou.
Durante o rito, o papa recebeu o pálio, o anel do pescador e o juramento de obediência de cardeais e representantes do povo de Deus, formalizando assim sua posse como bispo de Roma e líder da Igreja Católica. A cerimônia foi marcada por discursos em diversos idiomas e símbolos de representatividade global.
A homilia de Leão XIV também citou a encíclica Rerum novarum, de Leão XIII, ao questionar: “Se este critério prevalecesse no mundo, não cessariam os conflitos e não retornaria a paz?” O trecho remete à doutrina social da Igreja, frequentemente evocada em momentos de crise internacional.
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Fonte: InfoMoney
