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Eleições em Portugal: entenda o escândalo que derrubou o primeiro-ministro Montenegro

Eleições em Portugal: entenda o escândalo que derrubou o primeiro-ministro Montenegro

Portugal vai às urnas neste domingo (18) pela terceira vez em apenas três anos, em meio a um cenário político marcado por instabilidade e escândalos. Desta vez, o pleito foi antecipado após a queda do governo de Luís Montenegro, atual primeiro-ministro e líder da coligação de centro-direita Aliança Democrática (AD), que, apesar da crise, aparece como favorito nas pesquisas.

A queda do governo começou a se desenhar em fevereiro, quando a imprensa portuguesa revelou a ligação direta de Montenegro com a empresa Spinumviva, especializada em consultoria empresarial, viticultura, seguros e imóveis. Fundada por ele e sua família em 2021, a empresa continuou em operação mesmo após sua entrada na vida política.

Montenegro alegou ter se desvinculado da empresa em 2022 ao transferir suas ações para a esposa e os filhos. No entanto, o Código Civil português anula esse tipo de transação por conta do regime de comunhão de bens, o que manteve o vínculo formal do premiê com a empresa. A situação se agravou quando veio à tona que a sede da empresa era sua própria residência e o contato de negócios, seu número de celular pessoal.

Entre os principais clientes da Spinumviva estava a Solverde, grupo que opera cassinos cujas concessões dependem diretamente do governo — gerando um claro conflito de interesse. Com pressão da oposição e do Ministério Público, que abriu uma investigação, Montenegro se recusou a abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito e optou por apresentar uma moção de confiança, rejeitada pelo Parlamento em 11 de março. O governo caiu, levando o país novamente às urnas.

Três eleições em três anos

A crise atual é apenas o capítulo mais recente de uma série de turbulências políticas. Em 2022, o então primeiro-ministro socialista António Costa conquistou maioria absoluta após a rejeição de seu orçamento por antigos aliados. Mas em novembro de 2023, Costa renunciou após o Ministério Público anunciar investigação sobre suposto favorecimento em projetos energéticos — apesar de jamais ter sido formalmente acusado.

Montenegro venceu as eleições antecipadas de março de 2024 por margem estreita, mas assumiu o governo com minoria no Parlamento. Seu primeiro ano de gestão foi marcado por tensão política e tentativas de fortalecer sua base, culminando na crise que o derrubou em março de 2025.

Se vencer neste domingo, Montenegro busca recuperar legitimidade e tentar construir maioria. Se perder, Portugal pode ver o retorno de um governo de centro-esquerda, mas sem base sólida. De qualquer forma, tudo indica que o país seguirá com um Parlamento fragmentado e a necessidade constante de negociações.

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Fonte: InfoMoney

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