O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou ontem que “muita gente está passando fome em Gaza”, o primeiro comentário do governo americano admitindo o tamanho da crise no território palestino. A declaração foi feita durante a viagem de Trump ao Oriente Médio, em passagem por Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, última escala de seu giro pela região.
Ontem, moradores de Gaza relataram uma retomada da ofensiva israelense por terra, com mais de 100 mortos, de acordo com o Ministério da Saúde, controlado pelo Hamas. Nos últimos três dias, ataques de Israel deixaram quase 300 mortos, sendo 130 só na quinta-feira, de acordo com a Defesa Civil palestina, que não distingue civis de integrantes de grupos armados.
“Estamos de olho em Gaza. E cuidaremos disso. Há muita gente passando fome”, afirmou Trump. Os EUA, segundo o presidente americano, “resolverão” a questão, embora ele não tenha dado detalhes sobre o que isso significa. Na quinta-feira, 15, ele voltou a dizer que pretendia “controlar Gaza” e transformar o território palestino em uma “zona de liberdade”.

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Riviera
A ideia de Trump parece ser a mesma sugerida por ele durante um encontro com o premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, no Salão Oval, em abril. O plano americano, que pegou de surpresa até o governo israelense, seria reconstruir Gaza e criar uma “Riviera do Oriente Médio”. Para isso, os moradores teriam de ser removidos do território, o que muitos especialistas definem como limpeza étnica.
Nos últimos meses, no entanto, o governo americano vem sendo pressionado a obrigar Israel a autorizar a entrada de ajuda humanitária em Gaza, em razão dos indícios de que a fome já está prestes a matar os moradores do território.
Até então, Israel nega que a crise seja grave. Na quarta-feira, no entanto, de acordo com reportagem do New York Times, pelo menos três oficiais do exército israelense reconheceram, em caráter privado, que a ameaça é real. De acordo com eles, que falaram sob condição de anonimato em razão da sensibilidade do tema, se Israel não permitir a entrada de comida e combustível, as pessoas começarão a morrer “em questão de semanas”.
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Fonte: InfoMoney