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Letargia, falta de apetite e espirros: entenda como descobrir se uma galinha tem gripe aviária

O Ministério da Agricultura e Pecuária confirmou nesta sexta o primeiro foco de gripe aviária no Brasil, em uma granja no Rio Grande do Sul. Entre os principais sintomas virais manifestados pela galinhas estão a letargia, diminuição do apetite, espirros e dificuldade respiratória. A doença afeta aves domésticas e mamíferos, podendo atingir também o homem.

O infectologista da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Paulo Ernesto Gewehr Filho explica que a doença também pode se manifestar de maneira assintomática entre as aves.

— Em indivíduos mais jovens o vírus pode evoluir para morte rapidamente, sem dar tempo de manifestar sintomas. Então, é aquela morte do animal, sem nenhuma explicação ou nenhum sinal de aviso. Então, esse é um motivo de iniciar uma investigação — diz o especialista.

A suspeita de contaminação da ave pode surgir a partir dos seguintes sintomas manifestados pelo animal:

  • Dificuldade respiratória
  • Falta de apetite
  • Letargia
  • Secreção nasal ou ocular
  • Espirros
  • Incoordenação motora
  • Torcicolo
  • Diarreia

Alta mortalidade do plantel de aves

Segundo o governo, o foco da doença confirmado nesta sexta foi localizado no município de Montenegro (RS). Os 35 animais da granja foram abatidos e sua produção mapeada e inutilizada para evitar a contaminação de novos animais.

Para se confirmar os casos de gripe aviária é feito um teste com alguma amostra biológica do animal

— Pode ser sangue, pode ser material de secreção respiratória, de secreção, nasal. E aí esse material é processado para identificar o material genético do vírus, que tem variações, como o Covid, por exemplo, também tinha. Depois disso são tomadas as ações de prevenção — explica Gewehr Filho.

Desde 2006, ocorre a circulação do vírus da gripe aviária, principalmente na Ásia, na África e no norte da Europa. Em 2023 foi confirmado um caso em ave silvestre no litoral do Rio Grande do Sul. Nesta sexta foi anunciado a primeira contaminação em uma galinha de granja comercial.

O Ministério da Agricultura e Pecuária ressaltou que a doença não é transmitida pelo consumo de carne de aves nem de ovos:

“A população brasileira e mundial pode se manter tranquila em relação à segurança dos produtos inspecionados, não havendo qualquer restrição ao seu consumo”, diz o ministério em nota.

A contaminação do vírus entre humanos está sujeita principalmente aos trabalhadores expostos à secreção das aves nas granjas. Segundo o infectologista da SBIm, as galinhas infectadas eliminam o vírus através da saliva, muco e fezes.

— As pessoas mais expostas ao vírus são os trabalhadores sem os equipamentos de proteção individual. Eles podem inalar aquelas partículas virais que estão ali muito próximas ao animal e se contaminarem.

Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária, as medidas de contenção e erradicação do foco previstas no plano nacional de contingência já foram iniciadas e visam não somente combater a doença, mas também manter a capacidade produtiva do setor, garantindo o abastecimento e, assim, a segurança alimentar da população.

O ministério também está realizando a comunicação oficial aos entes das cadeias produtivas envolvidas, à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), aos Ministérios da Saúde e do Meio Ambiente, bem como aos parceiros comerciais do Brasil.

Fonte: Exame

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