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Cyrela (CYRE3) frustra expectativas no 1T, mas analistas seguem otimistas com ação

Cyrela (CYRE3) frustra expectativas no 1T, mas analistas seguem otimistas com ação

Após uma série de resultados acima das expectativas, a Cyrela (CYRE3) reportou um conjunto fraco de resultados no primeiro trimestre.

O lucro líquido foi de R$ 328 milhões, 15% abaixo do consenso de mercado, encerrando uma sequência de três trimestres consecutivos com surpresas positivas.

De acordo com JPMorgan, o resultado foi impactado por uma combinação de receita abaixo do esperado e aumento nas despesas operacionais (SG&A).

Apesar do resultado fraco, o JPMorgan acredita que os números decepcionantes parecem já estar precificados. As ações da Cyrela ficaram praticamente estáveis no último mês, enquanto o Ibovespa subiu 8% e os pares CURY e Direcional avançaram entre 10% e 14% no mesmo período.

O retorno sobre patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) segue acima do custo de capital da empresa, rodando em torno de 18% nos últimos 12 meses, o que justifica a atual valorização de 1,05 vez Preço/Valor Patrimonial. Além disso, o papel está barato em termos de Preço/Lucro para 2025, negociando a 4,9 vezes, contra 7,4 vezes da EZTEC, 10,0 vezes da CURY e 8,6 vezes da Direcional.

O JPMorgan manteve recomendação de compra e preço-alvo de R$ 31.

Na avaliação da Genial Investimentos, a Cyrela apresentou resultados razoáveis no 1T25, com destaque para a forte geração de caixa de R$ 71 milhões — bem acima da sua estimativa —, o que levou a uma nova redução na alavancagem, com a dívida líquida/patrimônio líquido caindo para 9,3%.

Dada a atual deterioração da acessibilidade habitacional, a Genial espera que a maioria das incorporadoras voltadas para a média e alta renda enfrente uma desaceleração nos próximos trimestres.

Embora a Cyrela não esteja imune aos desafios macroeconômicos — como menor atividade econômica e aumento das taxas de financiamento imobiliário —, a Genial acredita que ela está bem posicionada para superar os concorrentes, devido a: (i) sua diversificação de receitas e capacidade comprovada de atuar tanto nos segmentos de baixa quanto de alta renda; (ii) sua flexibilidade para ajustar o mix de lançamentos de acordo com as condições de mercado — incluindo foco nos extremos da distribuição de renda; e (iii) uma valoração pouco exigente, sendo negociada a 1,0 vezes Preço/Valor Patrimonial e 5,8 vezes Preço/Lucro estimado para 2025.

Aos níveis atuais, a Cyrela apresenta um earnings yield (rendimentos de lucro) de 20,0% nos últimos 12 meses segundo estimativa da Genial — bem acima de seu custo de capital estimado —, o que sustenta a recomendação de compra e preço-alvo de R$ 34.

O Itaú BBA, por sua vez, não acredita que o resultado do trimestre comprometa significativamente os números projetados para o final do ano, uma vez que espera uma aceleração operacional nos próximos trimestres.

O BBA manteve recomendação de compra e preço-alvo de R$ 36.

Após um 4T24 recorde, o mercado local passou a projetar cerca de R$ 2 bilhões de lucro para 2025, acima dos R$ 1,8 bilhão previstos pelo do BBI. Apesar de uma forte valorização no ano (50% contra 16% do Ibovespa), a ação ficou para trás no último mês (-0,6% ante 8%), refletindo a expectativa de um 1T25 mais fraco.

O lucro 15% abaixo do consenso — devido à margem bruta mais baixa e menor contribuição de renda variável — deve pesar negativamente sobre as ações no curto prazo, ainda que o BBI não altere suas projeções para o ano.

A Cyrela segue como referência de “beta de qualidade” no Brasil, mas o desempenho das ações dependerá da continuidade da queda do custo de capital. A participação do MCMV deve crescer de 30% dos lançamentos em 2025 para 45% em 2026, o que é positivo por ser um segmento mais defensivo. O BBI manteve recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 31.

Embora uma leve fraqueza na receita já estivesse no radar, o Morgan Stanley acredita que a margem bruta e o mix de produtos abaixo do esperado devem gerar questionamentos relevantes. Na visão do banco, os comentários da administração sobre o ritmo de vendas (SoS) da segunda fase do projeto Jockey, assim como as perspectivas de rentabilidade para os próximos trimestres, terão um peso maior na narrativa e na reação das ações.

O Morgan manteve recomendação neutra e preço-alvo de R$ 23.

Já a XP avalia os resultados da Cyrela como positivo e em linha com suas expectativas. A receita líquida aumentou para R$ 1,95 bilhão, impulsionada pelo robusto crescimento das vendas líquidas.

A margem bruta aumentou para 32,5%, ajudada por (i) um mix de receitas de maior margem e (ii) um efeito T/T mais suave dos ajustes a valor presente. O EBITDA aumentou para R$416 milhões (+15% A/A) devido (i) ao crescimento da receita e (ii) ao aumento do resultado de equivalência patrimonial. No entanto, o aumento das despesas comerciais causou uma ligeira queda na margem.

A XP acredita que a empresa continua a combinar um crescimento operacional robusto com uma dinâmica de lucros resiliente. Na opinião da corretora, a exposição bem equilibrada da Cyrela em todos os segmentos de construtoras, juntamente com a sólida força da marca, deve ajudar a empresa a manter um forte crescimento operacional, apesar do ambiente macro desafiador. Com isso, reiterou recomendação de compra.

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Fonte: InfoMoney

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