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Banco do Brasil (BBAS3): ações caem quase 13% após resultados abaixo do esperado

As ações do Banco do Brasil (BBAS3) caiam quase 13% às 11h33 (no horário de Brasília) desta sexta-feira, 16. A queda forte acontece após o banco divulgar uma queda de 20,7% no lucro do primeiro trimestre de 2025 quando comparado ao mesmo período do ano passado.

O lucro líquido recorrente de R$ 7,4 bilhões ficou 20% abaixo da estimativa do Goldman Sachs (GS)  e 19% abaixo do consenso da Bloomberg. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) caiu 480 pontos-base para 16,0%, o menor patamar desde o terceiro trimestre de 2021.

Um dos principais fatores para a performance fraca é a resolução 4.966, segundo analistas do Banco Safra e do Goldman. A norma trouxe mudanças nos critérios contábeis. O fim da apropriação de receitas de juros para créditos inadimplentes (stage 3) é uma delas. Além disso, algumas tarifas agora podem ser diferidas.

No caso do BB, a resolução causou um impacto negativo de cerca de R$ 1 bilhão nas receitas de juros (NII) e também afetou as receitas de tarifas de crédito.

Taxa Selic em alta

A instituição ainda enfrenta uma queda nos resultados financeiros por conta do aumento da taxa Selic, segundo o Goldman. Os juros aumentaram 24% no trimestre. Isso foi mais do que o crescimento da receita financeira. Para os analistas do Goldman, o desbalanceamento entre ativos prefixados e passivos com taxa variável gerou essa pressão negativa.

Outro ponto importante para os analistas do Safra é o aumento das provisões para perdas. Elas cresceram 10% no trimestre. Isso se deve, em grande parte, à piora do crédito no setor rural. A inadimplência de longo prazo (NPL) no setor subiu para 4,5%. Isso piorou a situação e levou o banco a suspender as metas de receita financeira líquida, provisões e lucro líquido. O banco espera mais clareza nos próximos resultados.

Além do setor rural, a qualidade dos ativos caiu em outros segmentos, segundo o Safra. No varejo e no corporativo, as taxas de inadimplência de 90 dias subiram de 40 a 60 pontos-base.

Na carteira de crédito, houve um crescimento modesto de 1% no trimestre e 14% no ano. Esse aumento foi puxado principalmente pelos setores governamental, rural e varejo, segundo o Goldman. Para o banco americano, o ritmo dos pagamentos no agronegócio deve afetar o fluxo de caixa do Banco do Brasil no início do segundo trimestre.

Apesar da queda nos resultados, o índice CET1 do banco subiu um pouco para 11,0%. Isso, para os analistas de ambos os bancos, reflete a retenção de lucros e ganhos cambiais.

A visão para as ações é cautelosa. Analistas estão cortando as previsões de lucro do banco. Eles também apontam incertezas sobre a recuperação da margem financeira e do ROE, segundo o Safra. O objetivo é chegar perto de 20%. No momento, o BBAS3 negocia a 0,94 vezes o valor patrimonial e apresenta dividend yield em torno de 9,4%, com recomendação neutra para os papéis.

Fonte: Exame

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