O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reiterou o desejo de assumir o controle da Faixa de Gaza nesta quinta-feira, 15, durante um evento com empresários em Doha, no Catar.
O republicano afirmou que o território poderia se tornar uma “zona de liberdade” sob administração americana e que é “inaceitável” que os palestinos de Gaza estejam vivendo em meio a escombros de prédios que desabaram.

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A primeira vez que Trump ventilou a ideia de assumir Gaza foi em fevereiro, durante uma coletiva de imprensa na Casa Branca com o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu. Na época, o presidente americano disse que países como Jordânia e Egito poderiam acolher os palestinos durante uma transformação do território, que se tornaria a “Riviera do Oriente Médio”.
A iniciativa foi rejeitada por países árabes e ocidentais, mas recebida com entusiasmo pelo núcleo duro da coalizão de Netanyahu, que já tinha ventilado a possibilidade de sugerir a saída voluntária de palestinos de Gaza para a construção de novos assentamentos israelenses no local.
Segundo uma entrevista dada por Trump ao canal americano Fox News logo após a divulgação da ideia, os 2 milhões de palestinos de Gaza não poderiam voltar ao território depois da reconstrução.
Duas semanas depois de propor o plano, o republicano afirmou que a ideia era uma “recomendação” e não era “obrigatório”. “E eu digo, meu plano é o caminho a seguir. Acho que é um plano que realmente funciona, mas não vou impor. Simplesmente vou me sentar e recomendar”.
A deportação forçada ou transferência de uma população civil é uma violação do direito internacional e um crime de guerra, segundo especialistas.
Após as novas declarações de Trump nesta quinta-feira, o grupo terrorista Hamas rejeitou a possibilidade de Washington assumir o território. “Gaza é parte integral do território palestino; não é um bem imóvel à venda no mercado. Mantemos um firme compromisso com nossa terra e nossa causa nacional, e estamos dispostos a fazer todos os sacrifícios possíveis para preservar nossa pátria e assegurar o futuro do nosso povo”, declarou Bassem Naim, um oficial do grupo terrorista.
Reassentamento de palestinos na África
Segundo uma reportagem da agência Associated Press do dia 14 de março, EUA e Israel contataram autoridades de três governos do leste da África para discutir o uso de seus territórios como possíveis destinos para o “reassentamento de palestinos” retirados da Faixa de Gaza.
Os contatos com Sudão, Somália e a região separatista da Somália conhecida como Somalilândia refletem a determinação dos EUA e Israel de seguir adiante com um plano que foi amplamente condenado e levantou sérias questões legais e morais.
Como as três regiões são pobres, e em alguns casos assoladas por violência, a proposta também lança dúvidas sobre o objetivo declarado de Trump de reassentar os palestinos de Gaza em uma “área bonita”.
Autoridades do Sudão disseram que rejeitaram as investidas dos EUA, enquanto autoridades da Somália e Somalilândia informaram à Associated Press que não estavam cientes de nenhum contato.
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Fonte: InfoMoney