A Allos (ALOS3), administradora de shopping centers resultante da fusão entre Aliansce Sonae e brMalls, registrou lucro líquido de R$ 254,67 milhões no primeiro trimestre de 2025. A cifra é 286,8% maior que a registrada um ano antes.
O FFO (lucro líquido excluindo depreciação, amortização e efeitos não caixa), indicador de rentabilidade do setor imobiliário e de shoppings, avançou 3,8%, para R$ 274,718 milhões. O FFO por ação, por sua vez, avançou 13,2%, impulsionado pelo programa de recompras da companhia nos últimos 12 meses.
O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado – contando com ajuste de aluguéis – foi de R$ 455,77 milhões nos três primeiros meses do ano, com alta anual de 6,5%. A receita líquida avançou 6,3% na mesma base de comparação, para R$ 630,8 milhões.
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As vendas totais nos shopping centers da Allos somaram R$ 9,1 bilhões entre janeiro e março, com crescimento de 5% em relação ao mesmo período em 2024. O avanço ocorreu mesmo sem contar com a Páscoa, que este ano caiu no mês de abril. Levando em consideração os quatro primeiros meses do ano, o crescimento das vendas foi de 7,7%.
A taxa de ocupação nos três primeiros meses de 2025 foi de 96,8%, mesmo patamar do quarto trimestre do ano passado.
“Em geral, o varejista que está com alguma dificuldade financeira, segura até o final do ano para passar o Natal e depois ele sai dos shoppings. Com a sazonalidade do primeiro tri, cai a ocupação. Este ano, estamos conseguindo manter, o que é um sinal muito bom, de varejistas saudáveis”, afirmou Daniela Guanabara, CFO da Allos, ao InfoMoney.
A executiva também destacou a queda da inadimplência líquida que foi de 2,5%, ante 3,6% um ano antes. Isso mesmo com repasse de IGP-M (índice comumente usado no ajuste de aluguéis), que saiu do negativo no acumulado de 12 meses, com expectativa de aceleração no segundo trimestre, segundo Daniela.
Mesmo observando um ciclo mais longo de juros altos na economia e previsões de crescimento da inflação, a empresa manteve o guidance de Ebitda para este ano, que está entre R$ 2,07 bilhões e R$ 2,150 bilhões. Daniela diz que a Allos se apoia na qualidade de seu portfólio, após um ciclo de desinvestimentos.
“Shoppings que eram pequenos ou que não tinham capacidade de se tornar verdadeiros líderes, a gente desinvestiu”, relembra a executiva. Ao final do primeiro trimestre, a Allos detinha participações em 45 shopping centers. “É um portfólio super forte, localizado nas principais capitais do país e com o perfil cada vez mais premium”.
A atual conjuntura, segundo Daniela, é um obstáculos para que os desinvestimentos continuem. Da mesma forma, juros altos também inviabilizam compras de participações.
“Num cenário macro mais desafiador, essas atividades tendem a desacelerar. […] Com a taxa [de juros] nesse patamar, é muito mais difícil para os compradores levantarem capital. E do lado do investimento [da Allos] também é mais desafiador”, explica Daniela.
Segundo ela, a companhia está mais voltada pra dentro de casa, priorizando projetos de expansão e revitalização de ativos.
No primeiro trimestre, a Allos escalou seu programa de fidelidade para 34 shoppings, criou a KARG, uma empresa de eletropostos para carregamento de veículos elétricos, e fortaleceu o seu braço de mídia, a Helloo, que venceu a disputa para assumir a publicidade em aeroportos da Aena Brasil, com uma empresa parceira, a Neooh. A subsidiária já representa cerca de 6% da receita da Allos.
A dívida líquida da companhia terminou o primeiro trimestre em R$ 3,5 bilhões, R$ 300 milhões a menos do que a cifra registrada entre outubro e dezembro do ano passado. A alavancagem medida pela relação dívida líquida e Ebitda ficou em 1,8 vez.
“É uma alavancagem confortável, adequada para o nosso perfil de dívida. A gente alongou e estendeu prazos”, explica Daniela.
No último mês de janeiro, a companhia concluiu uma captação de CRI de R$ 625 milhões e não deve fazer outra tão cedo. A empresa quer fugir da volatilidade que a corrida eleitoral do ano que vem deve trazer para os mercados.
“Boa parte do que precisávamos captar e reperfilar [de dívida] já foi feito. Não quer dizer que a gente não vai avaliar novas oportunidades. Estamos sim avaliando, vai depender do cenário do mercado”, conclui a executiva.
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Fonte: InfoMoney