A Microsoft anunciou nesta terça-feira, 13, a demissão de cerca de 3% de sua força de trabalho global, o equivalente a aproximadamente 6.800 pessoas, com base nos números mais recentes de empregados da companhia. As dispensas afetam todos os níveis, equipes e regiões onde a empresa atua.
A medida acontece mesmo após a empresa registrar um trimestre de forte desempenho, com US$ 25,8 bilhões de lucro líquido e projeções otimistas divulgadas no fim de abril. Em comunicado à emissora CNBC, a Microsoft afirmou que segue realizando “mudanças organizacionais necessárias para se posicionar da melhor forma em um mercado dinâmico”.
Com cerca de 228 mil funcionários até junho, esta é a maior reestruturação desde janeiro de 2023, quando a companhia eliminou 10 mil cargos. À época, o foco era ajustar operações diante de um cenário econômico mais incerto. Em janeiro deste ano, a empresa havia promovido uma rodada menor de cortes, vinculada ao desempenho individual. A nova onda, segundo a Microsoft, não tem relação com performance.
A decisão, segundo um porta-voz, tem entre os objetivos a redução de camadas gerenciais, sinalizando um esforço de enxugamento estrutural.
Ganhos com IA contrastam com cortes
A movimentação da Microsoft ocorre em meio à transição estratégica acelerada rumo à inteligência artificial. Em janeiro, o CEO Satya Nadella já havia indicado que mudanças na execução de vendas impactariam o crescimento da Azure, plataforma de computação em nuvem da empresa, especialmente nas áreas fora de IA.
“Em momentos de mudança de plataforma, é preciso ajustar incentivos e ir ao mercado de maneira diferente”, disse Nadella na ocasião, reforçando a priorização de novos modelos e parcerias ligadas à IA.
Apesar dos cortes, as ações da Microsoft seguem em alta. Os papéis fecharam na segunda-feira a US$ 449,26, maior valor do ano até agora. O recorde anterior havia sido registrado em julho do ano passado, a US$ 467,56.
A notícia chega dias após a CrowdStrike, empresa de segurança cibernética, anunciar corte de 5% em seu quadro de funcionários, sinalizando um novo ciclo de ajustes no setor de tecnologia mesmo diante de resultados financeiros robustos.
Fonte: Exame