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Governo finaliza proposta para regular big techs no Brasil

O governo federal está finalizando os detalhes de uma nova proposta de regulação para os mercados digitais, voltada às grandes plataformas tecnológicas que operam no país. A ideia é criar um marco regulatório que defina obrigações específicas para empresas com grande poder de mercado, como Google, Amazon e Meta.

A proposta será enviada ao Congresso como projeto de lei complementar, com foco em garantir mais concorrência, transparência e equilíbrio no ecossistema digital. O modelo brasileiro se baseia em legislações como a Lei dos Mercados Digitais, da União Europeia.

Governo finaliza proposta para regular big techs no Brasil
Modelo brasileiro de regulação das big techs se baseia na Lei dos Mercados Digitais da União Europeia (Imagem: JRdes / Shutterstock.com)

Gatekeepers e concorrência

  • Um dos principais conceitos da proposta é o de “gatekeeper” — plataformas que atuam como intermediárias indispensáveis entre usuários e empresas.
  • Elas seriam identificadas com base em critérios como volume de negócios, número de usuários e posição estratégica no mercado digital.
  • Com esse enquadramento, empresas classificadas como gatekeepers deverão seguir regras específicas, incluindo a proibição de autopreferência a seus próprios produtos e o uso indevido de dados de terceiros.
  • A medida também busca evitar práticas que dificultem a entrada de concorrentes menores.

Participação de órgãos técnicos e estágio atual

A elaboração do projeto envolve técnicos da Secretaria de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, com apoio do Cade, ANPD e Senacon. O texto ainda está em finalização e deve ser encaminhado ao Congresso nos próximos meses.

Segundo informações obtidas pela IstoÉ Dinheiro, o governo pretende criar um órgão regulador para aplicar e fiscalizar as novas regras. Esse ponto ainda está em debate, especialmente quanto à vinculação institucional desse ente.

De acordo com Fabro Steibel, diretor-executivo do ITS Rio (Instituto de Tecnologia e Sociedade), ouvido pela IstoÉ Dinheiro e pelo Brasil 247, a proposta brasileira se inspira no modelo europeu, mas tem especificidades locais. Ele avalia que a medida pode aumentar a responsabilidade das plataformas no ambiente digital e afirma que há interesse político do governo em avançar com essa agenda ainda em 2025.

Steibel destaca ainda que o projeto está focado na parte econômica da atuação das big techs, e que outros temas — como moderação de conteúdo e transparência algorítmica — devem ser tratados em propostas separadas.

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Regulação em contexto mais amplo

Como mostrou o Brasil 247, essa proposta integra uma estratégia maior da gestão Lula para enfrentar a concentração de poder das plataformas digitais e estruturar uma atuação estatal mais coordenada nesse setor. Apesar disso, o foco imediato recai sobre questões de concorrência e poder econômico, deixando para outro momento temas como combate à desinformação.

luiz inácio lula da silva
Governo Lula tem estratégia para enfrentar concentração de poder de plataformas digitais (Imagem: Focus Pix / Shutterstock.com)

A expectativa é que a nova regulação ajude a equilibrar o ambiente digital, garantindo tratamento justo a empresas menores, proteção ao consumidor e um mercado mais competitivo.

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Fonte: Olhar Digital

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