A Apple (AAPL) estuda reajustar os preços de sua próxima linha de iPhones, programada para setembro, segundo informações exclusivas do Wall Street Journal.
O movimento vem acompanhado de mudanças no design e novos recursos — mas, segundo fontes próximas à cadeia de fornecimento da empresa, o ajuste é uma estratégia para amortecer o impacto dos custos crescentes de importação decorrentes de tarifas impostas a produtos da China.
Embora parte da produção de modelos básicos tenha migrado para a Índia, os iPhones mais caros, como o Pro e o Pro Max, ainda são majoritariamente fabricados na China , país que segue enfrentando tarifas adicionais impostas pelo governo dos Estados Unidos.
A Apple busca evitar associações públicas entre os aumentos de preço e essas medidas protecionistas, especialmente após precedentes em que outras empresas sofreram críticas da Casa Branca por expor ao consumidor os custos dessas políticas.
Segundo estimativas da consultoria Jefferies, cerca de 60% dos iPhones vendidos nos EUA em 2024 foram das linhas Pro e Pro Max — justamente os modelos que seguem sendo fabricados em território chinês, por exigirem mais tecnologia e escala de produção. A companhia já alertou investidores que os custos extras com tarifas devem ultrapassar US$ 900 milhões neste trimestre.
Na tentativa de contornar esse cenário, a Apple tem acelerado a transferência de parte da fabricação para a Índia. O país asiático representou de 13% a 14% das remessas globais de iPhones no ano passado, e esse número pode dobrar em 2025.
Ainda assim, analistas alertam: a Índia não está preparada para produzir sozinha os volumes de modelos premium exigidos pelo mercado norte-americano.
A nova linha de iPhones deverá manter o mesmo número de modelos do ano anterior, com mudanças notáveis: um deles será mais fino, substituindo o iPhone 16 Plus.
A versão atual do modelo custa US$ 899. Já o iPhone 17 Pro Max deve ultrapassar os US$ 1.200. A Apple ainda não confirmou as especificações que podem justificar a elevação dos preços, mas deve utilizar o argumento da inovação para suavizar a percepção dos consumidores.
A empresa também considera expandir a produção nos Estados Unidos, mas a viabilidade dessa operação é limitada no curto prazo. Conforme fontes da cadeia de suprimentos, mesmo com investimentos, seria difícil atingir a escala necessária antes de 2030.
A Apple divulga tradicionalmente os novos modelos de iPhone em setembro. A expectativa é que, até lá, os reajustes de preços estejam alinhados com a nova narrativa de inovação — e não com os impactos tarifários que, silenciosamente, seguem pressionando a rentabilidade da empresa.
Fonte: Exame