O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou neste domingo, 11, que será uma honra representar o país na missa que marcará o início do pontificado do papa Leão XIV, no dia 18 de maio, no Vaticano. No sábado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse a jornalistas, em Moscou, na Rússia, que não deve conseguir comparecer ao evento e que avaliava enviar Alckmin como representante do governo brasileiro.
Durante visita à feira do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em São Paulo, Alckmin afirmou que Lula ainda não havia conversado com ele sobre o assunto.
“Se o presidente Lula me solicitar, irei e será uma honra representar o nosso país na posse do papa Leão XIV”, disse. “O Brasil é o maior país católico do mundo. A gente fica muito feliz com o papa Leão XIV. Nós, latino-americanos, ter um papa que nasceu nos Estados Unidos, mas passou a vida no Peru… Estamos todos muito felizes”.
Alckmin ainda destacou que o nome Leão XIV é uma referência a Leão XIII, que estabeleceu as bases doutrinárias da justiça social na Igreja Católica e avaliou que o novo pontífice terá um papel importante no diálogo para aproximação das religiões e dos povos.
“Tenho certeza que o papa Leão XIV será um papa contemporâneo, do nosso tempo. Sua primeira mensagem foi a paz. Acho que vai ter um papel importante no diálogo, na aproximação entre as religiões, entre os povos, é um papa da esperança. E um contemporâneo da questão climática, da justiça social.
Durante a visita, Alckmin também disse que “torce” para que dê certo a conversa entre China e Estados Unidos em relação às tarifas no comércio exterior. Os dois países começaram a negociar o fim da guerra comercial entre eles neste fim de semana, na Suíça.
“O Brasil defende o multilateralismo e o livre comércio, então vejo que esse é o caminho. O comércio exterior é muito importante, o nosso maior parceiro é a China e o maior investidor é os EUA. A gente torce para que dê certo essa boa conversa”.
Alckmin também foi questionado sobre a crise no INSS com as investigações de descontos indevidos da folha de aposentados e pensionistas por sindicatos e associações. Ele lembrou que o governo vai iniciar o processo para poder devolver os recursos às pessoas lesadas nesta semanas.
O vice-presidente ainda destacou que espera que a Política Nacional de Datacenters seja enviada ao Congresso no retorno do presidente Lula da viagem à Rússia e à China.
“O Brasil tem uma enorme vocação para receber R$ 2 trilhões de investimentos. Tem uma energia abundante, especialmente no Nordeste, e renovável, eólica e solar. Brasil precisa de datacenters para diminuir sua dependência. Estamos otimistas que possamos ter regulamentação na volta do presidente Lula”.
Fonte: Exame