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Após recordes nas cotações, ovo chega ao preço mais baixo de 2025 em abril

Depois de uma escalada nos preços no início deste ano, o mercado de ovos registrou uma inversão de tendência em abril. Segundo levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, os valores da proteína caíram nas principais regiões produtoras do País, alcançando o menor patamar do ano até agora.

Os dados indicam que a queda de preços foi impulsionada por uma combinação de fatores sazonais e mercadológicos. A redução do consumo após a Páscoa, somada ao impacto dos feriados de abril – como Tiradentes – e ao fim do mês, quando o poder de compra da população costuma diminuir, pressionou negativamente a demanda. Em paralelo, o aumento dos estoques em algumas regiões acentuou a baixa, especialmente nos ovos vermelhos.

Entre os dias 1º e 30 de abril, a cotação da caixa com 30 dúzias de ovos vermelhos caiu mais de 10% em Santa Maria de Jetibá (ES), passando de R$ 226,99 para R$ 204. Em fevereiro, o mesmo produto chegou a custar R$ 276. Em Bastos (SP), referência na produção nacional, os preços recuaram de R$ 220 para R$ 200. Já na Grande São Paulo, a queda foi de R$ 227 para R$ 200 no mês. Em Recife (PE), a desvalorização foi de 11,6%, com a caixa indo de R$ 206 para R$ 182. Em Minas Gerais, o valor caiu de R$ 235 para R$ 209.

Essa reversão ocorre após sucessivas altas entre janeiro e março, quando os preços atingiram patamares recordes. A menor oferta no mercado interno, o aumento nos custos de produção e a demanda aquecida foram os principais motores da valorização no início do ano. A onda de calor que afetou o País também impactou a produtividade das aves, reduzindo a oferta de ovos e encarecendo a produção.

Sazonalidade

Em fevereiro, por exemplo, os preços da caixa de ovos vermelhos chegaram a subir quase 24% em menos de 15 dias no Espírito Santo. Em São Paulo, os reajustes ultrapassaram os 8% na primeira semana do mês. Essa valorização esteve atrelada ao aumento da procura típico da Quaresma, período em que o consumo de carne diminui e a demanda por ovos cresce.

O Cepea destaca que o comportamento do mercado em 2025 seguiu a tendência histórica de sazonalidade observada na série acompanhada desde 2013. Após o pico de demanda nos meses anteriores à Páscoa, é comum que as cotações recuem uma vez que o consumo normalize e os estoques sejam repostos.

Apesar da recente baixa, o setor segue atento aos custos de produção, que continuam pressionados. Os principais insumos – como milho e farelo de soja – registraram alta significativa nos últimos meses. Em fevereiro, o milho subiu 12% frente ao mês anterior, fechando em R$ 83,62. Além disso, fatores como a necessidade de investimentos em climatização e embalagens também elevam os gastos dos produtores.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção nacional de ovos para consumo atingiu 3,83 bilhões de dúzias em 2024, um avanço de 11,5% em relação a 2023 – o maior volume da série histórica iniciada em 2012. O aumento da oferta, ainda que positivo para o abastecimento, também contribui para a pressão de baixa nos preços em momentos de enfraquecimento da demanda.

Fonte: Exame

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