Em 2 de abril, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, provocou um terremoto no mercado. Anunciado como o “dia da libertação”, o republicano apresentou uma série de tarifas de importação para os países os quais os EUA mantêm relações comerciais.
Alexandre Maluf, economista da XP, participou do programa Morning Call da XP nesta terça (6), e alertou para o fato de que essa semana se realiza a primeira reunião do comitê de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) depois do anúncio de Trump, no início do mês passado, de medidas que desestabilizaram os mercados globais.
O economista lembra que o encontro dos membros do Fed nesta terça e quarta (7) deve focar no que aconteceu entre a última reunião do comitê e esta agora, principalmente após a adoção de tarifas por Trump.
Queda de confiança
“Logo depois do anúncio (de Trump) a gente viu uma expressiva queda de confiança dos Estados Unidos, tanto empresarial quanto dos consumidores. E a expectativa de inflação do produtores e consumidores também subiu com o anúncio das tarifas”, disse.
Maluf, por outro lado, ressalta que os dados recentes da economia dos Estados Unidos, principalmente do PIB e também de mercado de trabalho, tem surpreendido. “Houve uma desaceleração (da atividade), mas não como o mercado esperava”, pontuou.
Ele aponta que houve um investimento privado forte no 1° trimestre nos EUA, com empresas se antecipando à adoção de tarifas de importação, comprando insumos e mercadorias de fora antes da adoção de tarifas de importação pelo governo americano.
“Houve uma desaceleração da atividade, mas não como se esperava, com o mercado de trabalho com o desemprego nas mínimas, com nível de contratação bom”, disse.
“O Fed tem um mandato dual, onde ele olha tanto para a inflação com a atividade. O que se vê é uma atividade que não há ainda uma desaceleração, embora tenha crescido as expectativas de uma recessão nos Estados Unidos. O fato é que a inflação e a expectativa sobre ela têm surpreendido para cima”, comentou.
Nesse cenário, para o economista, “tudo indica que o Fed foque no mandato de inflação”. “Há uma inflação bastante pressionada”, disse. Para Maluf, o Fed deve estar medindo o quanto as pressões das tarifas recaem sobre a inflação.
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Fonte: InfoMoney