Nesta quinta-feira, 8 de maio, o TikTok inicia oficialmente sua operação do TikTok Shop no Brasil, trazendo com ele o que, na minha visão, representa o futuro do varejo digital.
Não é exagero dizer que estamos testemunhando uma transformação estrutural no comércio online. Afinal, vimos nos últimos anos como Amazon, Mercado Livre, Shopee, Temu, AliExpress e outras gigantes passaram de simples marketplaces para ecossistemas completos de vendas, conteúdo, logística e pagamentos.
Agora, o TikTok entra nesse jogo com um diferencial em relação às demais: audiência. Com mais de 100 milhões de usuários ativos no Brasil e um tempo médio de 95 minutos por dia dentro da plataforma, o TikTok não precisa atrair o consumidor até o seu site, o consumidor já está lá.
Ao integrar o TikTok Shop, ele transforma o próprio conteúdo em canal de vendas, encurtando a jornada de compra como nenhuma outra plataforma fez antes. Na minha visão, estamos vendo o conteúdo virar vitrine. O vídeo virar checkout. E a recomendação virar conversão.
Esse movimento inaugura uma nova era: o varejo da atenção. Quando eu comecei a empreender, há duas décadas, uma das primeiras lições que aprendi foi que quem sai na frente bebe água limpa. E agora estamos prestes a presenciar uma nova onda de pessoas que terão muito sucesso por conta dessa nova oportunidade.
Conteúdo, influência e compra em um só lugar
Segundo dados da ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico), o e-commerce brasileiro deve atingir 224,7 bilhões de reais em faturamento em 2025, um crescimento de 10% sobre 2024. O setor caminha para o oitavo ano consecutivo de crescimento, impulsionado pela transformação digital e pelo aumento da familiaridade do brasileiro com as compras online. O tíquete médio deve subir 4,7%, chegando a 515,80 reais, e o número de consumidores online deve ultrapassar 94 milhões.
Além disso, o volume de pedidos online deve alcançar 435 milhões em 2025, 5% a mais que no ano anterior. Esse crescimento robusto tem atraído players internacionais, com destaque para Temu, AliExpress, Shopee e agora o TikTok Shop.
Plataformas asiáticas já representam cinco dos 10 maiores e-commerces atuando no Brasil. A Temu foi responsável por 92% do crescimento de todo o setor entre 2024 e 2025. Isso mostra que o Brasil é um dos mercados mais estratégicos do mundo para o comércio eletrônico.
Inclusive, lembro que em 2015, quando a Xiaomi veio para o Brasil, um amigo meu, head Latam da empresa, escolheu o Brasil justamente pelas características do consumo online. O país era o quinto maior mercado de smartphones do mundo e, por isso, a companhia adotou uma estratégia agressiva nas redes sociais, iniciando o movimento de venda sem intermediários, apenas por lives e reservas online.
Dez anos depois, o TikTok entendeu essa mesma lógica. A entrada do TikTok Shop não representa apenas mais um marketplace disputando espaço. Eles entenderam que o segredo está em unir conteúdo, influência, entretenimento e compra, tudo no mesmo lugar.
Distribuição sem intermediários
Na minha jornada empreendedora, após 20 anos pensando, criando e investindo em diferentes negócios, desenvolvi uma habilidade empreendedora: enxergar oportunidades que poucas pessoas percebem e, mais do que isso, agir rápido para surfar a onda dessas oportunidades.
Um mês atrás, coloquei essa habilidade à prova com um experimento que me gerou 100 mil reais de faturamento, sem mídia paga, sem uma grande estrutura, apenas utilizando UGC (conteúdo gerado por usuários). Peguei meu suplemento desenvolvido para dores articulares, o Articula Life, e coloquei à venda em plataformas como Mercado Livre e B4You, apoiado por conteúdos autênticos de micro influenciadores, que postavam vídeos diários no TikTok.
A lição foi clara: as plataformas de varejo digital estão criando novas avenidas de distribuição, eliminando intermediários, encurtando a jornada de compra e integrando tudo em um único ecossistema. E foi a partir dessa minha leitura de mercado, e dos resultados que obtive, que decidi compartilhar com você essas quatro dicas práticas que, se bem aplicadas, podem transformar novos empreendedores em milionários, surfando a oportunidade única que o TikTok Shop e o novo varejo digital estão criando.
Para isso, você precisa entender que o sucesso dessas novas plataformas, como TikTok Shop, Temu, Shopee, vai além de preço ou catálogo. Elas se baseiam em 4 princípios fundamentais que estão moldando o novo varejo digital.
Personalização algorítmica
O uso de inteligência artificial para recomendar produtos com base no comportamento individual de cada usuário, aumentando a conversão.
Gamificação da experiência
Consiste em transformar a jornada de compra em um jogo, com cupons, desafios, moedas virtuais, recompensas.
Integração com redes sociais
É unir descoberta e compra no mesmo ambiente, eliminando etapas tradicionais da jornada de consumo.
Logística otimizada e precificação dinâmica
Entregar mais rápido, com preços que mudam em tempo real conforme demanda, estoque, concorrência.
Na minha visão, o TikTok Shop é a materialização perfeita desses princípios. Ele não é só um marketplace, é um ecossistema. Esse ecossistema se baseia em três formatos principais de vendas: Short Video Shopping (produtos marcados diretamente em vídeos curtos), Livestream Shopping (vendas ao vivo com interação em tempo real) e TikTok Shop Showcase (vitrines nativas de produtos dentro da plataforma).
Com isso, você começa a perceber que, à medida que entende como operar dentro dessa lógica, você não compete mais por preço, você passa a competir por atenção. E nessa guerra de atenção, quero te dar 4 dicas práticas para ganhar dinheiro usando o TikTok Shop.
1 – Use UGC como motor de vendas
O User Generated Content (conteúdo gerado por usuários) é a moeda mais valiosa desse novo varejo. As pessoas confiam mais em pessoas reais do que em publicidade tradicional. Um report do NCTI mostrou que 93% dos profissionais de marketing acreditam que UGC performa melhor do que conteúdo de marca. E a Stackla Report, que 79% dos consumidores dizem que UGC influencia diretamente sua decisão de compra. E como aplicar?
Contratar microinfluenciadores (menos de 10 mil seguidores) para produzir vídeos reais, simples, autênticos.
Estimular clientes reais a postarem suas experiências com o produto, com hashtags específicas.
Usar esses conteúdos como prova social nas suas páginas de produto, anúncios e vídeos marcados no TikTok Shop.
2 – Aposte no live commerce
O live commerce é a nova vitrine ao vivo. O TikTok Shop permite que criadores façam transmissões com produtos marcados, cupons exclusivos e checkout integrado. Só na China, o live commerce movimentou 500 bilhões de dólares em 2023. Nos EUA, o TikTok Shop já passa de 1,6 bilhão de dólares em vendas via lives. Como aplicar:
Realizar lives semanais ou diárias para apresentar produtos, tirar dúvidas e oferecer descontos com tempo limitado.
Treinar hosts (ou você mesmo) para criar uma narrativa envolvente, interativa, emocional. No Brasil, as lives já começaram com grandes marcas, mas quem entrar agora, enquanto o mercado está fresco, constrói autoridade antes da saturação.
3 – Crie uma comunidade em torno da sua marca
O TikTok não é só venda. É comunidade, cultura, tribo. As marcas que mais crescem são as que constroem histórias, valores, causas, pertencimento. Como aplicar:
Usar storytelling para criar narrativas em torno da transformação que o produto entrega.
Incentivar clientes e criadores a compartilharem não só o produto, mas o impacto dele na vida real.
Criar um ritual, um estilo, uma cultura de marca.
4 – Use um marketplace que integra da venda à entrega
Um dos maiores segredos do novo varejo digital é que as plataformas mais avançadas não são apenas vitrines de venda. Elas cuidam de tudo: do produto à entrega. No TikTok Shop, por exemplo, a plataforma integra o conteúdo, a vitrine, o checkout, o pagamento e, em muitos casos, até a logística.
O que isso significa na prática? Que você não precisa de loja própria, site de e-commerce, gateway de pagamento, equipe de atendimento ou operação logística externa. A plataforma centraliza tudo. E o maior benefício? Você elimina intermediários. Sem distribuidores, sem revendedores, sem porcentagens diluídas ao longo da cadeia, a margem fica na sua mão.
O resultado? Os influenciadores viram parceiros reais do negócio, com incentivo para vender mais, com mais frequência e com mais autenticidade. Esse modelo transforma criadores em canais de venda nativos, fortalecendo o branding e acelerando a distribuição, sem o peso operacional de uma estrutura tradicional.
Em um mercado onde a atenção é o ativo mais disputado, pagar bem pelo canal de atenção, ou seja, o criador, é o diferencial competitivo. Na minha leitura, o TikTok Shop, ao integrar toda a cadeia, traz uma estrutura pronta para que isso aconteça, mostrando que está vindo com muita força para, em pouco tempo, ser líder de mercado, competindo diretamente com o Mercado Livre e a Amazon, que são as duas maiores plataformas do Brasil.
O TikTok está trazendo uma nova forma de pensar o varejo, integrando conteúdo, influência, venda, checkout e logística, tudo dentro da mesma plataforma. Por uma única comissão, você acessa audiência, estrutura de pagamento, suporte, vitrine, logística. Por essa facilidade, grandes indústrias já estão de olho nisso e algumas startups estão surgindo só para operar dentro desse ecossistema.
E quem entender o timing, a linguagem e os mecanismos pode capturar oportunidades antes da massa. Porque o TikTok Shop não veio só para vender mais barato. Ele veio para vender diferente. Para transformar o conteúdo em canal. A recomendação em funil. A audiência em cliente. Eu aprendi, ao longo desses anos, que no varejo digital, quem implementa primeiro domina o canal. E no TikTok Shop, o canal já está pronto. A oportunidade é agora, para você também beber água limpa.
Fonte: Exame