O conclave de 2013 que elegeu o argentino Jorge Mario Bergoglio como o 266º papa da Igreja Católica entrou para a história por uma série de motivos inéditos: foi o primeiro realizado após a renúncia de um pontífice em mais de seis séculos e o primeiro a eleger um jesuíta latino-americano ao trono de São Pedro.
A renúncia de Bento XVI, anunciada em fevereiro daquele ano, pegou o mundo — e os próprios cardeais — de surpresa. Sem tempo para articulações ou campanhas internas, como ocorreu em 2005, os 115 cardeais eleitores tiveram apenas 30 dias para se reunir no Vaticano e escolher o novo líder espiritual de mais de 1 bilhão de católicos.

O que significa a fumaça preta na eleição de um Papa? Como é feita?
A última vez que a chaminé da Capela Sistina mostrou fumaça escura e, finalmente, a fumaça branca foi em 2013, com a eleição do Papa Francisco. Agora, o mundo aguarda o sinal de fumaça que indicará a escolha de seu sucessor

133 cardeais chegam a Roma para conclave que escolherá novo papa
Eleição será a mais internacional da história, com cardeais de 70 países; favorito precisa de 89 votos para ser escolhido
Na largada do conclave, o nome de Bergoglio não estava entre os favoritos. As apostas recaíam sobre o italiano Angelo Scola, então arcebispo de Milão e nome ligado ao movimento Comunhão e Libertação; o canadense Marc Ouellet, e o brasileiro Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo.
Scola, tido como o candidato preferido de Bento XVI, enfrentou resistência entre os próprios italianos — o maior bloco do conclave, com 28 votos. Parte dos cardeais avaliava que sua linguagem era excessivamente teológica, e outros se incomodavam com suas conexões com alas conservadoras. Já Bergoglio, conhecido por seu estilo simples, vida austera e dedicação aos pobres, começava a ganhar espaço.
No primeiro dia de votação, o argentino obteve 26 votos — contra 30 de Scola — e seu nome ganhou força rapidamente. No dia seguinte, já era o mais votado. Ao final da quinta rodada de votação, Bergoglio conquistou 85 dos 115 votos, superando com folga os dois terços exigidos para ser eleito.
O anúncio da escolha foi feito às 20h14 (16h14 de Brasília) de 13 de março de 2013. O cardeal francês Jean-Louis Tauran surgiu na varanda central da Basílica de São Pedro e proferiu as palavras tradicionais em latim: “Annuntio vobis gaudium magnum: habemus Papam”. Minutos depois, o novo papa — que escolheu o nome Francisco — apareceu para sua primeira bênção à multidão reunida na Praça de São Pedro.
Sua eleição foi interpretada como um sinal de mudança. Muitos cardeais buscavam um papa que inspirasse renovação, proximidade com os pobres e uma Igreja voltada às periferias, valores que Bergoglio encarnava desde sua atuação em Buenos Aires. Ainda assim, sua escolha gerou resistência entre setores mais conservadores da cúria romana.
Doze anos depois, Francisco conclui seu pontificado como um dos mais marcantes dos últimos tempos — com avanços, tensões internas e uma Igreja em transformação.
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Fonte: InfoMoney