A fabricante de massas e biscoitos M. Dias Branco (MDIA3) divulgou resultados abaixo do esperado no 1T25, conforme apontam analistas de mercado, o que levou a uma nova forte queda dos ativos. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 179 milhões, cerca de 30% inferior as projeções do banco. A ação da companhia fechou em queda de 7,10%, cotada a R$ 23,70, após chegar a cair mais de 10% mais cedo.
O time de análise do Itaú BBA vê o trimestre como um obstáculo adicional na trajetória da M. Dias rumo à recuperação da lucratividade, já que as estratégias de precificação não compensaram a alta dos preços das commodities como esperado.
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Por outro lado, o BBA parabeniza o foco da empresa em fatores controláveis, mas a maior volatilidade dos resultados pode pesar na percepção dos investidores antes que eles se tornem mais otimistas em relação à tese.
Em termos de volume, os números também ficaram abaixo das expectativas do BBA, enquanto a dinâmica de preços por segmento permanece incerta.
O Itaú BBA manteve classificação market perform (desempenho igual a média do mercado, equivalente à neutro) e preço-alvo de R$ 23.
O Bradesco BBI, por sua vez, aponta o crescimento do volume como a principal alavanca para a criação de valor na M. Dias, dada a alavancagem operacional que deve vir com ele.
Embora a administração tenha apontado a recuperação da participação de mercado como prioridade máxima, “os resultados do 1T25 não forneceram evidências claras de que isso esteja se materializando”, comenta BBI. “Na verdade, o trimestre estabelece uma base mais baixa para 2025 e deixa as mesmas perguntas que tínhamos no final do ano passado sem resposta”, completa o banco.
Como resultado, o BBI reduziu suas estimativas de Ebitda e lucro líquido para 2025 em 11% e 13%, respectivamente. O preço-alvo para o final de 2025 passou de R$ 26 para R$ 25, enquanto o banco continua considerando uma recuperação da margem EBITDA de longo prazo para 15,2%.
No curto prazo, a visibilidade limitada sobre o momento e a sustentabilidade de uma recuperação, juntamente com um Preço/Lucro de 13,8 vezes em 2025, deve continuar limitando o potencial de valorização. Com isso, o BBI manteve recomendação neutra.
Para o JPMorgan, os resultados da M. Dias Branco no primeiro trimestre refletem um período desafiador, com desempenho abaixo do esperado. A receita líquida cresceu apenas 3,2% em relação ao mesmo período do ano anterior, um resultado fraco especialmente diante de uma base de comparação frágil no 1T24.
Segundo JPMorgan, a queda sequencial nos preços médios e o crescimento da receita abaixo da inflação continuam sendo pontos de preocupação.
No geral, o banco americano espera uma reação negativa do mercado, com o sentimento dos investidores impactado pela forte compressão de margens e pelo desempenho fraco nos principais indicadores.
De positivo, o JPMorgan destaca a geração de caixa operacional de R$ 280 milhões, o dobro do registrado no 1T24. “Esse resultado reflete ganhos no capital de giro — tema que pretendemos explorar com mais profundidade na teleconferência — além da redução nos juros pagos.”
O JPMorgan também reiterou recomendação neutra e preço-alvo de R$ 26.
Na mesma linha que os outros bancos, o BTG Pactual classificou os números reportados como fracos. “A trajetória da companhia tem sido difícil, e ainda não vemos resultados materiais do processo de reestruturação iniciado no 3T24”, comenta o banco.
O BTG disse que os resultados do 1T25 confirmam parcialmente sua visão de que a M. Dias enfrentaria um cenário desafiador de margens no primeiro semestre deste ano. Embora os custos de insumos sigam pressionando os resultados, a empresa ainda encontra dificuldades para demonstrar crescimento relevante de volume, e os impactos das recentes mudanças internas e comerciais ainda não se materializaram.
O BTG acredita que o segundo semestre será determinante para que a M. Dias apresente avanços mais tangíveis em sua estratégia de reestruturação. Diante do cenário desafiador, da baixa visibilidade de execução, do elevado custo de capital e de um valuation esticado (17 vezes P/L 2025), o banco reiterou recomendação neutra e preço-alvo de R$ 25.
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Fonte: InfoMoney