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Magma não é fator para terremotos na Itália, sugere estudo 

Controlar o escoamento de água e diminuir os níveis das águas subterrâneas pode ser a solução para evitar terremotos que têm sacudido o sul da Itália com intensidade crescente desde 2022. É o que sugere um estudo publicado na revista Science Advances.

Pesquisadores de Stanford acreditam que essa estratégia pode reduzir a pressão do fluido dentro do reservatório geotérmico de Campi Flegrei, uma área vulcânica onde a terra sofre movimentos verticais lentos.

Imagens do subsolo e experimentos de laboratório mostraram como o acúmulo de pressão da água e do vapor no reservatório pode causar terremotos quando a rocha de cobertura, ou tampa, se fecha.

Magma não é fator para terremotos na Itália, sugere estudo 
Vista da cratera Solfatara, uma das depressões de Campi Flegrei (Imagem: GiovanniPh/iStock)

Uma grande caldeira à céu aberto

A área vulcânica de Campi Flegrei abriga um reservatório geotérmico coberto sob a cidade de Pozzuoli, a oeste de Nápoles e do Monte Vesúvio. Trata-se de uma caldeira de 13 quilômetros de largura formada por grandes erupções há cerca de 39.000 e 15.000 anos.

A região afundou cerca de 90 centímetros após erupções observadas entre 1982 e 1984. Moradores de Pozzuoli observam a maneira como a caldeira “respira”, emitindo fumaça e movimentando o solo, às vezes metros para cima ou para baixo, segundo o artigo.

Naquela época, o porto de Pozzuoli ficou tão raso que os navios não conseguiam mais atracar. Depois disso, um terremoto de magnitude 4 e milhares de microterremotos levaram à evacuação de 40.000 pessoas.

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Por que a pesquisa importa?

Historicamente, a elevação ou depressão de áreas vulcânicas têm sido associadas à movimentação do magma e de gases que sobem para a superfície. Mas a pesquisa desafia essa teoria e aponta outros fatores para a deformação do terreno:

  • Os cientistas observaram que a recorrência de um reservatório superpressurizado estava por trás da sismicidade no início da década de 1980 e novamente nos últimos 15 anos;
  • Eles examinaram 24 anos de padrões de precipitação, as direções do fluxo de água subterrânea e o processo de selamento da rocha de cobertura para entender a recarga do reservatório geotérmico e seu acúmulo de pressão. 
5 de maio de 2025 - 04:30
Análise mostrou que os terremotos começavam dentro da rocha de cobertura (Imagem: Fabrizio Fiorenzano/iStock)

“Estamos observando algo que ocorreu com décadas de diferença, mas há semelhanças profundas nas imagens, que apontam não apenas para um padrão cíclico do fenômeno, mas também para uma causa subjacente comum”, disse a coautora Grazia De Landro, pesquisadora da Universidade de Nápoles Federico II, na Itália, e pesquisadora visitante em Stanford.

A análise mostrou que os terremotos começavam dentro da rocha de cobertura, a uma profundidade relativamente rasa de cerca de 1,6 km.

Se o magma ou seus gases subindo para profundidades menores fossem os principais causadores da agitação, seria esperado o padrão oposto — terremotos começando mais perto da região mais profunda do degelo, cerca de 8 km abaixo da superfície, e se tornando progressivamente mais rasos com o tempo, de acordo com os pesquisadores.

Por isso, os cientistas suspeitam que a elevação da terra é sinal de explosões causadas por vapor, desencadeadas quando a água líquida se transforma rapidamente para estado gasoso durante fraturas causadas por terremotos.

Os pesquisadores agora esperam comunicar os mecanismos que causam agitação no sistema de fervura às autoridades locais do governo italiano.

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Fonte: Olhar Digital

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