As bolsas americanas apagaram completamente as perdas provocadas pelo “tarifaço” de 2 de abril, quando o governo Trump anunciou a adoção de tarifas recíprocas a parceiros comerciais.
Impulsionados pela forte temporada de balanços — em especial os resultados de Microsoft (+11,1%) e Meta (+8,7%) —, os índices Nasdaq 100, S&P 500 e Dow Jones encerraram a semana em alta, voltando aos níveis anteriores à escalada protecionista dos EUA.
O alívio nas tensões com a China, que sinalizou disposição para iniciar um novo ciclo de negociações comerciais, também contribuiu para o bom humor.
No Brasil, o Ibovespa teve uma performance mais modesta. A alta foi de 0,4% em reais (0,6% em dólares), encerrando a semana em 135.134 pontos, influenciada por uma agenda econômica doméstica esvaziada e pela frustração com os dados do CAGED, que mostraram uma criação líquida de empregos formais abaixo do esperado.
Apesar disso, o mês de abril foi positivo, com o índice acumulando ganho de 3,7% em reais e 4,4% em dólares.
Nos EUA, a força dos balanços segue surpreendendo: 76% das 357 empresas do S&P 500 que já reportaram resultados superaram as estimativas de lucro, com uma média de surpresa positiva de 8,7%, segundo dados da Bloomberg.
Nem mesmo a queda de 0,3% do PIB no primeiro trimestre de 2025 — causada por um aumento expressivo nas importações — abalou os mercados, já que os dados de emprego de abril, divulgados na sexta, vieram mais fortes que o esperado.
Já no Brasil, a temporada de balanços ainda está no início: apenas 11 das 84 empresas do Ibovespa divulgaram resultados até agora, com apenas 40% superando as projeções e uma surpresa média negativa de 10,2%, nas contas da XP.
Na semana, Lojas Renner (LREN3) liderou os ganhos (+7,5%) após recomendação de compra da XP, enquanto Weg (WEGE3) recuou 11% após resultados abaixo das expectativas.
O fluxo estrangeiro segue positivo no acumulado de 2025 (R$ 9,1 bilhões), mas o mês de abril terminou com retirada líquida de R$ 1,5 bilhão, refletindo alguma cautela.
Na próxima semana, os mercados voltam suas atenções para as decisões de política monetária do Fed e do Copom, além da divulgação de uma enxurrada de balanços corporativos — incluindo nomes como Itaú, Ambev, Magazine Luiza e Suzano.
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