O enfraquecimento da demanda por viagens, sinalizado por previsões fracas de lucros das empresas relacionadas ao setor, pode gerar bilhões de dólares em perdas à economia dos EUA este ano conforme a política comercial do governo Trump afeta a confiança do consumidor, alertaram analistas.
“Um sentimento antiamericano pode estar levando a um declínio no turismo internacional, que é considerado uma exportação de serviços”, disse o J.P. Morgan em nota na semana passada.
O Goldman Sachs e o J.P.Morgan projetaram que a redução dos gastos com viagens ao exterior tirará 0,1% do PIB dos EUA este ano, acrescentando que o impacto pode chegar a 0,2% a 0,3%.
No primeiro trimestre de 2025, o PIB dos EUA ficou em US$ 23,53 trilhões, de acordo com dados da LSEG, e o impacto poderia chegar a algo entre US$ 23 bilhões e US$ 71 bilhões, com base em cálculos da Reuters.
No mês passado, a Delta Air Lines, uma das principais transportadoras internacionais, alertou que a demanda por viagens estava “em grande parte estagnada”, retirando suas previsões para o ano.
A Southwest Airlines, a American Airlines, a Alaska Air e a Frontier retiraram suas orientações, enquanto a United Airlines apresentou duas previsões diferentes, conforme a guerra comercial cria a maior fonte de incerteza para o setor desde a pandemia da Covid-19.
A plataforma de aluguel de férias Airbnb previu uma receita para o segundo trimestre amplamente abaixo das estimativas de Wall Street, enquanto a operadora de hotéis Hilton indicou que os viajantes estão em “modo de “espera”.
“Os anúncios de tarifas e uma postura mais agressiva em relação a aliados históricos prejudicaram as opiniões globais sobre os Estados Unidos. A questão maior é a retração das visitas de turistas aos EUA”, disse o Goldman Sachs em março, em um momento em que os europeus já estavam reservando menos viagens ao país.
As tarifas do presidente Donald Trump também levaram os consumidores globais a boicotar e abandonar os produtos e marcas dos EUA.
Os gastos de viajantes e turistas estrangeiros em 2024 foram responsáveis por 0,7%, ou US$ 215 bilhões, do PIB dos EUA, de acordo com estimativas do J.P. Morgan.
Uma redução de 10% nos gastos representa um impacto direto de 7 pontos-base no PIB dos EUA, acrescentou a corretora.
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