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Protestos contra Trump tomam EUA de costa a costa e chegam à Omaha de Warren Buffett

Protestos contra Trump tomam EUA de costa a costa e chegam à Omaha de Warren Buffett

OMAHA – Centenas de milhares de pessoas participaram de uma série de protestos por todos os Estados Unidos nesta quinta-feira, 1º de maio. Os manifestantes aproveitaram a visibilidade do Dia Internacional do Trabalho para demonstrar discordância e insatisfação com as medidas adotadas por Donald Trump nos seus primeiros 100 dias de governo.

Na Omaha de Warren Buffett, lendário investidor americano, também houve espaço para manifestações. Trabalhadores, aposentados e também muitos jovens ocuparam as calçadas ao longo da Dodge Street, na altura do Memorial Park, um memorial dedicado aos veteranos que lutaram na Segunda Guerra Mundial.

3 de maio de 2025 - 11:42
Manifestantes protestam contra as políticas de Donald Trump em Omaha, Nebraska (Foto: Henrique Esteter)

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Os protestos foram realizados no bojo do movimento “50501” – uma referência a 50 protestos, 50 estados e 1 movimento – que afirma apoiar a luta pela defesa da Constituição e pelo fim dos exageros do Poder Executivo. Suas principais bandeiras dizem respeito a medidas de Trump consideradas um ataque às proteções trabalhistas, às iniciativas de diversidade, aos imigrantes e aos funcionários federais.

“Sindicatos, a comunidade LGBTQ, pessoas idosas como eu preocupadas com a segurança social, crianças, todo mundo está sendo afetado pelas políticas de Trump”, diz Linda Jensen, uma das organizadoras do movimento em Omaha. “Estão tentando destruir nosso governo e transformá-lo em algo totalmente diferente, provavelmente uma oligarquia”.

3 de maio de 2025 - 11:42
Linda Jensen, uma das organizadoras dos protestos de 1º de maio contra a administração de Donald Trump em Omaha, Nebraska (Foto: Fernando Lima)

Ruas de diversas cidades, como Nova York, Filadélfia e Los Angeles, ficaram lotadas e um protesto barulhento ocorreu em frente à Casa Branca, em Washington.

A concentração em Omaha se deu a menos de 1 quilômetro da casa onde Warren Buffett mora desde quando tinha menos de 30 anos – hoje, ele tem 94. A casa passou o dia inteiro sendo visitada por investidores de diversos países, que vêm se reunindo na cidade nos últimos dias para participar do encontro anual de acionistas da Berkshire Hathaway (BERK34), a ser realizado no próximo sábado (3).

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A pacata cidade, com menos de 500 mil habitantes, fica cheia nessa época do ano, já que o evento costuma receber cerca de 40 mil pessoas.

3 de maio de 2025 - 11:42
Manifestantes protestam contra as políticas de Donald Trump em Omaha, Nebraska (Foto: Henrique Esteter)

Para os manifestantes de 1º de maio, uma chance de dar visibilidade adicional para as causas que defendem – mas que passou despercebida pela maioria. Os participantes do protesto de Omaha ouvidos pelo InfoMoney ignoravam que o encontro da Berkshire Hathaway aconteceria dali a dois dias.

Nos últimos anos, Buffett tem se esquivado de falar sobre política e outros assuntos polêmicos – ele sabe que seus movimentos e manifestações têm potencial para mexer com os mercados e busca evitar os efeitos de suas opiniões sobre os negócios da Berkshire. Filho de um congressista republicano, Buffett é declaradamente democrata.

“Warren sempre disse que os ricos devem pagar seus impostos. Não sei se ele põe em prática, mas sua secretária paga uma porcentagem maior da renda em impostos do que ele, e isso não está certo. Ele entenderia porque estamos aqui e estou certa de que apoiaria”, diz Linda, da organização.

“Mas muitos dos seus acionistas estão nas classes mais altas, então eles podem ser as pessoas que realmente gostam das políticas que estão acontecendo. Como alguém disse, se eles gostam vão ver que o resto do mundo não gosta. Pelo menos aqui em Omaha não gostam”

— Linda Jensen

Omaha ficou conhecida como “blue dot” – ou “ponto azul”, a cor dos democratas – nos últimos pleitos presidenciais. A cidade fica no estado do Nebraska, que tem maioria republicana e exibe uma particularidade no intricado sistema de votação americano, baseado em colégios eleitorais.

Nebraska e Maine são os dois únicos estados que concedem um voto eleitoral por vencedor de cada distrito congressional – os outros atribuem todos os seus votos eleitorais a quem vence no estado, uma abordagem conhecida como “o vencedor leva tudo”.

Essa diferença ampliou a atenção dada ao resultado do Segundo Distrito Congressional do estado, que abrange Omaha. Os republicanos venceram o distrito nas eleições de 2012 e 2016. Os democratas venceram em 2008, quando Barack Obama se tornou presidente, e em 2020, com Joe Biden.

Em 2020, os democratas locais cunharam o apelido de “blue dot” distribuindo placas de jardim com pontos azuis por toda a cidade, em referência ao estado que, pelo sistema tradicionalmente adotado, teria 100% dos seus votos eleitorais concedidos ao candidato republicano.

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