Os Estados Unidos e a Ucrânia firmaram nesta quarta-feira, 30, um acordo econômico focado na exploração das terras raras ucranianas, regiões ricas em minerais e recursos naturais, informou o Departamento do Tesouro americano em um comunicado.
O presidente americano, Donald Trump, vinha pressionando Kiev a assinar o tratado desde fevereiro. O acordo é considerado crucial para que os Estados Unidos continuem a apoiar a Ucrânia no contexto da guerra, de acordo com a agência Reuters.
Trump destacou que o pacto é uma maneira de garantir que a Ucrânia devolva aos Estados Unidos bilhões de dólares enviados como apoio militar e financeiro durante o conflito com a Rússia.
“Em reconhecimento ao significativo apoio financeiro e material que o povo dos Estados Unidos tem fornecido à defesa da Ucrânia desde a invasão em larga escala da Rússia, esta parceria econômica posiciona nossos dois países para… acelerar a recuperação econômica da Ucrânia“, afirmou o Departamento do Tesouro dos EUA, em um comunicado.
Fundo conjunto entre EUA e Ucrânia
O rascunho estabelece a criação de um fundo conjunto EUA-Ucrânia para a reconstrução, que receberá 50% dos lucros e royalties acumulados para o Estado ucraniano com as novas licenças de recursos naturais na Ucrânia.
O rascunho não especifica como as receitas do fundo conjunto serão utilizadas, quem se beneficia ou quem controla as decisões sobre os gastos.
Em uma coletiva de imprensa, Denys Shmyhal, primeiro-ministro da Ucrânia, já afirmou que, assim que o acordo principal fosse assinado, as duas partes concordariam com os documentos técnicos e complementares adicionais, e resolveriam a questão sobre a gestão do fundo conjunto.
Ele afirmou que a Ucrânia manteria o controle de todos os seus recursos no acordo, enquanto o fundo investiria no desenvolvimento da Ucrânia por um período de 10 anos.
“A Ucrânia contribuirá apenas com novas licenças, com novos royalties sobre recursos minerais. Esta será a nossa contribuição, 50% da qual será destinada a este fundo”.
Os EUA poderiam usar sua futura assistência militar à Ucrânia como contribuição ao fundo, disse Shmyhal, sem que nenhuma ajuda militar anterior ao país estivesse refletida no acordo.
As duas partes assinaram um memorando, publicado em 18 de abril, como um passo inicial para a conclusão de um acordo sobre o desenvolvimento de recursos minerais na Ucrânia. No memorando, eles afirmaram que pretendiam concluir as negociações até 26 de abril e assinar o acordo o mais breve possível.
Trump e autoridades de seu governo ameaçaram neste mês abandonar os esforços para intermediar um acordo de paz, a menos que houvesse sinais claros de progresso. A Ucrânia tem contado com a ajuda militar dos EUA, que abrange desde defesa aérea até mísseis de longo alcance, para repelir o ataque russo desde a invasão em larga escala de Moscou em fevereiro de 2022.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, declarou em fevereiro deste ano que a ajuda americana representava cerca de 30% das armas e equipamentos usados para defender o país.
Em 28 de abril, Shmyhal afirmou que Kiev havia concordado que a ajuda americana fornecida anteriormente a Kiev não seria contabilizada como parte de um acordo sobre minerais.
Em visita aos EUA na semana passada, Shmyhal se encontrou com o Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e relatou “bom progresso” no acordo. O premiê ucraniano também disse que Kiev definiu claramente os limites sobre as obrigações do governo ucraniano.
(Com informações de EFE)
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