O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu não participar presencialmente dos atos de 1º de Maio organizados por centrais sindicais neste ano. Em vez disso, gravou um pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão, com cerca de cinco minutos de duração, que será exibido nesta quarta-feira (30), véspera do Dia do Trabalhador.
A decisão foi anunciada pela ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, durante entrevista ao programa Estúdio i, da GloboNews. Segundo ela, o presidente optou por fazer uma fala oficial sobre as pautas trabalhistas em vez de marcar presença nos eventos, mas mantém seu apoio à mobilização. “Lula tem uma grande ligação com o povo trabalhador”, afirmou a ministra.

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Em 2024, o presidente participou presencialmente da celebração, realizada no estacionamento da Neo Química Arena, em São Paulo, ao lado de nove ministros. Na ocasião, o evento reuniu 1.635 pessoas, segundo levantamento da Universidade de São Paulo (USP). À época, Lula chegou a criticar a organização do ato, classificando-o como “mal convocado”.
Para este ano, três ministros representarão o governo nas manifestações convocadas por seis centrais sindicais — CTB, CSB, Força Sindical, UGT, Nova Central e Pública — na praça Campo de Bagatelle, zona norte da capital paulista. Estarão presentes Luiz Marinho (Trabalho e Emprego), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência) e Cida Gonçalves (Mulheres). O evento começa às 11h da quinta-feira (1º).
Pautas em foco e cobranças à esquerda
A mobilização deste 1º de Maio será marcada pela defesa de pautas trabalhistas históricas, como o fim da escala 6×1, a redução da jornada semanal de 44 para 40 horas e a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. Essas demandas têm sido reiteradas por centrais sindicais e também ganharam força nas redes sociais, especialmente após militantes do PSOL viralizarem campanhas a favor do projeto que proíbe a jornada de seis dias consecutivos com apenas um de descanso.
Lula se reuniu nos últimos dias com sindicalistas e com o ministro Márcio Macêdo para alinhar as expectativas e reforçar o compromisso do governo com a agenda trabalhista. No encontro, realizado na terça-feira (29), o presidente prometeu empenho para fazer avançar no Congresso propostas de interesse dos trabalhadores, embora ainda sem compromissos formais sobre a escala 6×1 — tema que divide sua base aliada.
Aliados do PSOL afirmam que Lula tem se mantido em silêncio sobre o projeto, que está parado no Congresso, e planejam utilizar a visibilidade do 1º de Maio para pressionar por sua tramitação.
O tema promete gerar constrangimento ao governo caso a mobilização ganhe tração popular, especialmente em um momento em que o Palácio do Planalto tenta preservar o diálogo com os movimentos sindicais sem se desgastar com o setor produtivo.
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