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9 ações sobem mais de 20% e 6 caem ao menos 15%: os destaques do Ibovespa em abril

9 ações sobem mais de 20% e 6 caem ao menos 15%: os destaques do Ibovespa em abril

O Ibovespa registrou mais um mês de ganhos ao subir 3,69% em abril, após uma variação positiva de 6,08% em março, aproximando-se assim das máximas históricas.

Empresas ligadas ao consumo doméstico, caso de GPA (PCAR3) e educacionais, se destacaram entre as maiores altas, com 9 ações do índice subindo ao menos 20%. Foram elas: GPA (PCAR3; +36,89%), LWSA (LWSA3, +35,21%), Azzas 2.154 (AZZA3, +29,96%), Yduqs (YDUQ3, +28,86%), Localiza (RENT3, +27,90%), Cogna (COGN3, +26,96%), Hypera (HYPE3, +24,52%), Assaí (ASAI3, +22,01%) e Auren (AURE3, +20,87%).

Entre as maiores baixas, destaque para a Azul (AZUL4, -55,32%), de longe a maior queda do índice no mês em meio a uma malsucedida oferta de ações, enquanto o petróleo derrubou o setor na Bolsa brasileira, com destaque para a queda de Brava (BRAV3, -24,85%) entre os ativos que compõem o Ibovespa. Seis ações tiveram baixa de pelo menos 15%.

Confira abaixo a explicação para as maiores altas e baixas:

Maiores altas

GPA (PCAR3): +36,89%

Entre as maiores altas do mês, o GPA (PCAR3) teve duas disparadas no mês que abril que garantiram o posto de primeira da lista. Mesmo com queda de 6,10% na última sessão do mês, os papéis fecham o período com alta de quase 37%. Logo na segunda sessão de abril, os papéis avançaram quase 16%, fechando como a maior alta do Ibovespa do dia. O movimento, que já havia acontecido na última sessão de março, foi motivado pelo anúncio da varejista de destituir o atual conselho de administração e eleger novos membros.

As propostas foram apresentadas pelo fundo de investimento Saint German, controlado pelo investidor Nelson Tanure, receberam apoio dos acionistas Casino Guichard-Perrachon e Ronaldo Iabrudi dos Santos Pereira. Na terça-feira (29), os papéis da companhia dispararam mais 8%, depois de subirem até 16% intraday.

A Assembleia Geral Extraordinária que elegerá o conselho foi marcada para 5 de maio. Nomes como Rafael Ferri e André Luiz Coelho Diniz submeteram suas próprias candidaturas para a eleição do Conselho de Administração, enquanto Fábio Diniz indicou Leandro Assis Campos.

LWSA (LWSA3): +35,21%

A segunda maior alta do mês vem de valorização constante nos últimos dias, embora sem apresentar nenhum pico. Segundo o JPMorgan, o nome pode ser um dos considerados vitoriosos mesmo em um ambiente de juros ainda elevados.

A curva de juros brasileira, segundo o banco, continua projetando taxas mais altas do que as estimativas da própria instituição. Pelas projeções atuais, o mercado ainda aposta que a Selic retorne ao patamar de 14,25% até março de 2026. Para o JPMorgan, essa previsão está acima do que os fundamentos indicam neste momento.

A LWSA deixou a carteira do Ibovespa, conforme anunciado nesta quarta-feira, com a divulgação da terceira prévia.

Azzas 2154 (AZZA3): +29,96%

A Azzas 2154 vive um abril de recuperação, após março cheio de volatilidade com ruídos de cisão dos negócios. Mesmo que, na visão do JPMorgan, os rumores de separação ainda possam continuar por um tempo, seus acionistas de referência, Alexandre Birman e Roberto Jatahy, negaram ainda em março qualquer movimentação concreta para ruptura.

Como varejista, a companhia também se beneficia de um ambiente com interrupção de alta de juros, como sugerido pelo JPMorgan em outro relatório. Recente valorização de papéis ligados a juros pode ainda estar em curso e por razões menos relacionadas à economia doméstica, mas sim a tendências globais, aponta o banco.

Yduqs (YDUQ3) e Cogna (COGN3): 28,86% e 26,96%

A companhia do setor educacional Yduqs vem em trajetória de valorização nos últimos meses. Só em 2025 a alta já é de 74,16% e, no mês de abril, de 28,86%. O papel foi citado em relatórios durante o mês como um dos destaques em economia doméstica, em especial com a perspectiva de encerramento de ciclo de alta da Selic. Foi uma análise específica, no entanto, que garantiu o lugar da companhia na lista.

O JPMorgan revisou suas preferências no setor de educação e, entre as ações mais líquidas, passou a favorecer a Yduqs (YDUQ3), cuja recomendação foi elevada de neutra para compra, com preço-alvo elevado de R$ 10,50 para R$ 20. Dentre as linhas da companhia destacas, o fluxo livre de caixa foi considerado com base comparativa fácil, uma vez que 2024 foi impactado negativamente pelo DIS (programa de auxílio para pagamento de mensalidades, direcionado aos estudantes). No dia da análise, os papéis da educacional subiram 10,90%.

A análise rebaixou a Cogna (COGN3) de compra para neutra, sem indicação de preço-alvo. A mesma linha que favoreceu Yduqs para os analistas parece incerta na Cogna, uma vez que o fluxo de caixa foi ajudado pela recuperação de empréstimos em 2024, o que não deve se repetir em 2025. Mesmo assim, a Cogna também está entre os nomes que mais subiram em abril e, assim como a concorrente, anunciou dividendos nesta semana.

Localiza (RENT3): +27,90%

Dois relatórios do Itaú BBA destacam a Localiza (RENT3), tanto em seu potencial na temporada de resultados, quanto em seu desempenho em um ambiente com taxas de juros ainda elevadas.

A companhia tem reagido com aumento de tarifas de aluguel e custos controlados por meio de renovação contínua da frota, segundo a análise do BBA. Considerando também os múltiplos vantajosos, o banco entende que o nome ainda tem mais potencial de valorização, o que pode garantir a continuidade do rally dos papéis.

Já na temporada de resultados, o BBA vê o nome como um dos cinco destaques de desempenho operacional e que se apresentam como oportunidades de investimento no curto prazo.

Confira as maiores altas do Ibovespa em abril:

TickerÚltimo (R$)Variação no mês (%)
PCAR34,2336,89
LWSA33,6135,21
AZZA331,8429,96
YDUQ314,2928,86
RENT342,9627,9
COGN32,5826,96
HYPE324,1224,52
ASAI39,1922,01
AURE38,9320,87

Maiores baixas

Azul (AZUL4): -55,32%

A Azul acumulou de longe a maior queda das ações do mês de abril, com novidades principalmente após uma oferta de ações decepcionante.

A Nord Research ressalta que há preocupações do mercado sobre sua situação financeira e operacional.

A empresa realizou uma oferta de ações com o objetivo de fortalecer sua estrutura financeira e avançar em seu plano de reestruturação. Porém, o montante arrecadado no valor de R$ 1,6 bilhão foi lido como insuficiente para colocar a dívida de R$ 11 bilhões em trajetória sustentável.

A casa de análise destaca que, entre os fatores que pesaram na desvalorização estão o aumento dos custos operacionais, a elevada alavancagem da empresa e a percepção de risco em relação à capacidade de honrar seus compromissos financeiros. “No nosso entendimento, a companhia não irá quebrar, mas certamente precisará de apoio externo ou governamental para atravessar o momento”, aponta Danielle Lopes, que assina a análise.

A analista aponta que a falta de apetite, junto ao cenário desafiador de seus resultados, endossa o seu posicionamento de não investir em empresas aéreas. “Apesar do crescimento operacional e da expansão das margens no 4T24, a Azul ainda enfrenta riscos elevados no curto e médio prazo”, reforça.

A Rico Investimentos mantém uma recomendação neutra para as ações, principalmente com base em um cenário ainda desafiador para a companhia e um perfil de alavancagem atualmente alto.

Cabe ressaltar que, nesta quarta, a aérea obteve financiamento adicional de R$ 600 milhões junto a atuais credores da companhia aérea, o que permitiria um fortalecimento da liquidez do grupo após a oferta de ações malsucedida.

Brava (BRAV3), PetroReconcavo (RECV3), Petrobras (PETR3;PETR4) e PRIO (PRIO3): -24,85%, -22,13%, -19,71%, -17,35% e -15,30%

Boa parte das quedas do Ibovespa ocorre em meio às fortes perdas do petróleo em abril. Os preços do petróleo se encaminharam para a maior queda mensal desde novembro de 2021, com o brent em queda de 15% e o WTI caiu 18%, com a guerra comercial global corroendo as perspectivas para a demanda por combustível, enquanto as preocupações com o aumento da oferta também pesaram.

Ambos os benchmarks despencaram após o anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump, em 2 de abril, de tarifas sobre todas as importações dos EUA. Em seguida, caíram ainda mais para as mínimas em quatro anos, com a China respondendo com impostos, alimentando uma guerra comercial entre os dois principais países consumidores de petróleo. No último dia do mês, rumores de que a Arábia Saudita estaria disposta a ampliar sua produção e suportar um período prolongado de preços baixos da commodity afetaram os ativos.

Com essas quedas expressivas, diversas casas de análise revisaram as suas recomendações para o setor e destacaram as ações mais resilientes para o momento atual.

O Santander recentemente reiterou sua recomendação outperform (desempenho acima da média para a Petrobras (PETR4), sua preferida (top pick), e Brava (BRAV3), enquanto rebaixou PRIO (PRIO3) e PetroReconcavo (RECV3) de outperform para neutro.

Em sua visão, a Petrobras continua sendo a história mais resiliente no setor de Petróleo e Gás do Brasil, com potencial de valorização em relação à sua estimativa atual de dividend yield (DY, ou dividendo sobre preço das ações) de 14% para 2025, dependendo da execução do capex (investimentos em capital) em 2025.

Embora a geração de FCFE (Fluxo de Caixa Livre para o Patrimônio Líquido) da Brava possa ser fraca com o Brent a US$65/bbl, o Santander acredita que o preço das ações poderá ser impulsionado mais pelo seu desempenho operacional nos próximos meses do que pelo ambiente macroeconômico.

O banco também rebaixou a PetroReconcavo para neutra devido à sua expectativa de que um aumento no capex em 2025 provavelmente levará a uma redução no FCFE/dividendos (DY estimado para 2025 de cerca de 10% contra aproximadamente 14% em 2024).

O JPMorgan também destacou sua preferência por Petrobras (PETR4) e PRIO (PRIO3), com recomendação de compra e preço-alvo de, respectivamente, R$ 43,50 e R$ 50. Ambas as petroleiras oferecem altos rendimentos (yields) de fluxo de caixa livre, margens resilientes e avaliações atrativas, mesmo em um ambiente macroeconômico desafiador.

Confira as maiores baixas do Ibovespa em abril:

TickerÚltimo (R$)Variação no mês (%)
AZUL41,47-55,32
BRAV317,36-24,85
RECV312,84-20,79
PETR332,05-19,71
PETR429,99-17,35
PRIO333,71-15,3

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