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Juros altos repercutem nos resultados da Kepler Weber — mas o alívio deve vir no 2° semestre

Uma combinação da Selic em 14,25% ao ano, fatores externos e a menor renda do produtor resultaram em um desempenho aquém do esperado no balanço do primeiro trimestre de 2025 da Kepler Weber.

Divulgados nesta terça-feira, 29, os dados mostram que a receita líquida da empresa de armazenagem foi de R$ 357,2 milhões no 1º tri de 2025, uma queda de 6,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. O lucro líquido foi de R$ 25,6 milhões, com uma margem líquida de 7,2%, representando um recuo de 6,5 pontos percentuais em relação ao 1T24.

O EBITDA no primeiro trimestre somou R$ 52,9 milhões, com uma margem de 14,8%, o que representa uma diminuição de 9 pontos percentuais em comparação ao 1T24 (23,8%).

O Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) caiu 14,2 pontos percentuais, passando de 43,0% no 1T24 para 28,8% no 1T25, refletindo a pressão sobre as margens da companhia.

No comunicado emitido pela companhia aos acionistas, o CEO da Kepler Weber, Bernardo Nogueira, afirmou que os números do primeiro trimestre de 2025 refletem o cenário desafiador em que a empresa está inserida, principalmente por causa dos juros altos e da guerra comercial.

“Os resultados demonstram a resiliência da nossa operação e a capacidade da companhia de seguir entregando valor em um ambiente de incertezas”, disse o executivo.

Cenário de inadimplência

A empresa apresentou uma redução de 52,3% no caixa líquido, que totalizou R$ 54,6 milhões no final de março de 2025, em comparação com R$ 114,4 milhões no mesmo período de 2024.

O endividamento da Kepler Weber se manteve controlado, com R$ 302,2 milhões em dívida total, uma ligeira redução em relação aos R$ 307,1 milhões do primeiro trimestre do ano passado.

A companhia teve uma queda expressiva de 77,2% no segmento de Portos e Terminais, que é o carro-chefe da Kepler Weber.

Por outro lado, a empresa registrou um crescimento de 28,6% em seu segmento de Reposição e Serviços e um aumento de 5,6% em Negócios Internacionais, mesmo diante das incertezas econômicas.

Apesar das dificuldades no mercado interno, a companhia manteve seu foco em inovação e expansão internacional, com destaque para o aumento de 37% no número de clientes atendidos no segmento internacional, especialmente na América Latina.

A empresa segue enfrentando desafios no ambiente de crédito restrito, o que pode afetar a continuidade do crescimento das suas operações, especialmente em segmentos sensíveis ao fluxo de crédito, como Fazendas e Agroindústrias.

A aposta da Kepler, contudo, está na supersafra brasileira de grãos. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Brasil deve produzir 330 milhões de toneladas de grãos na temporada 2024/25.

Se confirmado, o resultado deve trazer alívio à empresa de armazenagem, que tainda assim, espera margens pressionadas no segundo trimestre de 2025.

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