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Desemprego entre jovens cai e chega a 2,4 milhões; mas IA e informalidade ainda preocupam

O futuro do trabalho para os jovens brasileiros começa a dar sinais de otimismo. Um levantamento do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), apresentado nesta terça-feira, 29, durante o evento “Empregabilidade Jovem Brasil”, realizado pelo Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), em São Paulo, revela que a taxa de desemprego entre adolescentes e jovens de 14 a 24 anos caiu quase pela metade entre o quarto trimestre de 2019 e o mesmo período de 2024 — de 25,2% para 14,3%.

O número absoluto de jovens desempregados também retraiu, saindo de 4,8 milhões para 2,4 milhões em cinco anos. O recuo foi especialmente expressivo nas seguintes regiões: Sudeste (de 26,5% para 14%) e Sul (de 17,5% para 8,2%), mas também atingiu o Centro-Oeste, Norte e Nordeste.

Jovens mais ocupados, mas ainda marcados pela informalidade

O levantamento indica que, em 2024, o número de jovens ocupados chegou a 14,5 milhões, um leve aumento em relação a 2019 (14,2 milhões).

No entanto, o trabalho informal ainda representa uma realidade para boa parte desse grupo: 44% dos jovens ocupados atuam sem carteira assinada, e nas regiões Norte e Nordeste, a taxa de informalidade ultrapassa os 60%.

Outro dado relevante é que o índice de jovens que nem estudam nem trabalham (os chamados “nem-nem”) caiu ao menor patamar da série histórica: 5,3 milhões de brasileiros.

Estágios e aprendizagem: caminhos para a formação

Os programas de estágio e aprendizagem também registraram crescimento. O número de estagiários saltou de 642 mil em 2023 para 877 mil em 2024, chegando a 990 mil no primeiro bimestre de 2025.

As mulheres lideram essa participação, representando 64% dos estagiários — e 75% desse total cursam ou já concluíram o ensino superior.

A expansão da aprendizagem formalizada, focada em cursos técnicos, é outro destaque, impulsionando a combinação entre educação e trabalho prático para adolescentes e jovens.

Desligamentos voluntários e desafios da nova era do trabalho

O estudo do MTE ainda observou o aumento dos desligamentos voluntários entre jovens celetistas, fenômeno associado a mudanças de perspectiva profissional e busca por melhores oportunidades de trabalho.

Mas, mesmo diante da melhora nos números, novos desafios se impõem: além da informalidade, a automação e a inteligência artificial estão remodelando as experiências profissionais da juventude. Durante o evento, especialistas discutiram como a IA pode tanto criar oportunidades quanto aprofundar desigualdades, caso as políticas de formação e inclusão digital não acompanhem a evolução tecnológica.

O futuro da empregabilidade jovem

Com 33,6 milhões de adolescentes e jovens entre 14 e 24 anos no Brasil — 39% deles concentrados na região Sudeste —, o investimento em políticas públicas, educação técnica e iniciativas privadas focadas em impacto social são vistos como essenciais para manter a trajetória de redução do desemprego.

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