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Em 100 dias de mandato Trump emitiu mais de 140 ordens executivas e bateu recorde

No início de seu governo, em janeiro deste ano, Donald Trump estabeleceu um ritmo acelerado e sem precedentes na assinatura de ordens executivas, atingindo um volume recorde que não era visto desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

Até 24 de abril, menos de três meses após assumir a presidência dos Estados Unidos, Trump já havia assinado 142 ordens executivas — superior ao recorde de 139 medidas tomadas por Harry Truman em 1945, no contexto da Segunda Guerra Mundial.guerra.

Contexto e intensidade das ações

Desde o início, o presidente republicano promoveu mudanças profundas em áreas-chave como comércio exterior, imigração, e políticas internas, cumprindo promessas feitas durante a campanha eleitoral.

Segundo especialistas, como o professor Mauricio Moura, da Universidade George Washington, o governo Trump se caracteriza por uma centralização extrema das decisões, com pouca ou nenhuma resistência interna. As ideias do presidente são rapidamente convertidas em ações, sem filtros ou contrapesos significativos, o que explica a velocidade e a amplitude das mudanças.

Comparações históricas e políticas

A comparação com o governo Truman é emblemática, pois ambos os presidentes assumiram em momentos de grande turbulência – Truman no fim da Segunda Guerra, Trump em um cenário de insatisfação interna e desafios globais. No entanto, enquanto Truman focava na reconstrução e estabilização, Trump optou por uma postura disruptiva e confrontacional, abrindo frentes tanto internas quanto externas.

No Congresso, o apoio quase unânime do Partido Republicano e uma Suprema Corte conservadora facilitaram a aprovação e a sustentação das medidas mais controversas, como o endurecimento das políticas migratórias e o uso de leis antigas para deportações. Ainda assim, a economia impôs limites, como demonstrado pela suspensão parcial das tarifas impostas a diversos países após instabilidade nos mercados financeiros.

Principais medidas e seus impactos

Entre as ações mais marcantes do início do mandato estão:

  • Tarifas de importação: Trump impôs taxas a praticamente todos os parceiros comerciais dos EUA, buscando proteger a indústria nacional. Após uma reação negativa dos mercados, parte dessas tarifas foi suspensa temporariamente, mas outras, especialmente contra a China, permaneceram.

  • Endurecimento da imigração: O governo intensificou a fiscalização nas fronteiras e aumentou as deportações, reduzindo drasticamente a entrada de estrangeiros, embora tenha havido casos de deportações equivocadas.

  • Redução do tamanho do Estado: Milhares de servidores públicos foram demitidos, e entidades como a Usaid e o Departamento de Educação sofreram cortes ou foram praticamente desativadas.

  • Ataques a universidades e programas de inclusão: O governo ameaçou cortar verbas para instituições de prestígio, acusadas de não combaterem o antissemitismo, e extinguiu programas que promoviam oportunidades para mulheres, negros e minorias.

Consequências e desafios futuros

A imposição de tarifas sobre produtos importados, especialmente contra a China, desencadeou uma guerra comercial que levou Pequim a retaliar com tarifas próprias sobre produtos americanos. Isso resultou em tensões comerciais que afetaram cadeias globais de suprimentos e criaram incertezas para empresas que dependem do comércio bilateral.

Como resposta às políticas migratórias mais rígidas e à guerra comercial, a Apple anunciou planos para transferir parte de sua produção para fora da China, buscando evitar tarifas elevadas e reduzir riscos associados às tensões comerciais. Essa migração impacta a cadeia produtiva da empresa e pode influenciar o mercado de tecnologia global.

Empresas como a Adidas também foram afetadas pelas tarifas impostas por Trump, que elevaram os custos de importação de produtos. Isso resultou em aumento dos preços para os consumidores nos Estados Unidos, pressionando o mercado interno e gerando críticas sobre o impacto das políticas protecionistas no custo de vida.

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