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Cardeal afastado pelo Papa Francisco decide não participar do conclave; entenda o caso

O cardeal Giovanni Angelo Becciu, envolvido em um dos maiores escândalos financeiros da história recente do Vaticano, não participará do Conclave que escolherá o novo papa. É o que afirma o jornal italiano la Reppublica.

A decisão, tomada após uma série de encontros com aliados e outros cardeais, vem em um momento delicado, após discussões sobre sua elegibilidade para a eleição papal. Becciu, que foi destituído de suas funções em 2020 após um escândalo de corrupção, tem sido uma figura controversa, e sua participação no Conclave gerou intensos debates internos.

Em meio a essas discussões, o jornal italiano Domani revelou que o Papa Francisco deixou duas cartas nas quais confirma sua vontade de que Becciu fosse excluído do Conclave.

Segundo a publicação, o cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, teria mostrado as cartas a Becciu para pressioná-lo a desistir de sua tentativa de participar do processo de sucessão papal. O gesto reflete a tensão sobre o status de Becciu, que, apesar de ter sido destituído em 2020, não perdeu formalmente o título de cardeal, mas foi privado de seus direitos cardinalícios, que incluem o direito de votar e participar do Conclave.

O caso de Becciu: condenação, acusações e sua luta para limpar seu nome

Becciu, de 77 anos, foi um dos colaboradores mais próximos de Papa Francisco no início do pontificado, ocupando o cargo de substituto da Secretaria de Estado, o que o colocava como número três no Vaticano.

No entanto, em 2020, ele foi condenado a cinco anos de prisão em um tribunal vaticano por seu envolvimento no “escândalo de Londres”, o maior julgamento financeiro já realizado pela Santa Sé.

A acusação se refere à compra de um imóvel de luxo em Londres, realizada com fundos da Secretaria de Estado, e a transferências suspeitas de dinheiro para familiares na Sardenha.

Apesar de sua condenação, Becciu sempre proclamou sua inocência, alegando que foi alvo de um complô e acusando o sistema de justiça vaticano de ser injusto e parcial. O cardeal se vê como um “bode expiatório” de manobras de seus inimigos dentro do Vaticano.

Em sua defesa, ele iniciou uma campanha midiática, com o apoio de seus advogados, para limpar seu nome. Além disso, Becciu processou a revista L’Espresso, que revelou o escândalo, exigindo uma grande indenização, alegando que sua exclusão do Conclave lhe custou a chance de se tornar Papa.

A decisão do Papa Francisco de demitir Becciu e a subsequente perda de seus direitos cardinalícios geraram discussões acirradas, especialmente considerando a gravidade do caso.

Embora tenha sido afastado de várias funções importantes, Becciu continua a manter sua posição como cardeal, mas, com a recente decisão de não participar do Conclave, a Igreja evita maior exposição da sua figura em meio a um momento crucial de sua história.

*com agências internacionais

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