A sucessão papal sempre desperta grande expectativa dentro e fora da Igreja Católica. Com a despedida do papa Francisco, neste sábado, 26, surgem especulações sobre quem será o próximo papa, que irá liderar milhares de católicos ao redor do mundo.
Segundo os rituais da Igreja Católica, a escolha do novo papa acontece entre 15 e 20 dias após a morte do pontífice anterior, ou seja, o processo deverá acontecer até o dia 11 de maio.
Uma eleição papal envolve muitos fatores internos, como a percepção dos problemas que a Igreja enfrenta, o perfil de liderança necessário para o momento e as alianças formadas entre os cardeais, afirma Paulo Raphael Oliv. Andrade, professor de filosofia e teologia da PUC-SP.
“A escolha sempre leva em conta a necessidade de alguém que consiga dar soluções e impulsionar novas direções para a Igreja”, afirma.
A seguir, os nomes mais mencionados nas análises recentes, segundo o professor da PUC-SP:
Três nomes da África
Apesar de a eleição de um papa africano ainda ser vista como difícil, três cardeais do continente aparecem em listas:
- Fridolin Ambongo Besungu (Congo) – Tem perfil forte, mas enfrenta resistência.
- Peter Turkson (Gana) – Já foi cotado em outros momentos, mas hoje, com quase 80 anos, seu nome perdeu força.
- Robert Sarah (Guiné) – Nome conhecido, mas considerado mais conservador para o momento atual da Igreja, segundo Andrade.
Europa: forças tradicionais e novos rostos
- Anders Arborelius (Suécia) – Primeiro cardeal sueco, mas sua eleição é improvável dado o pequeno número de católicos no país.
- Péter Erdő (Hungria) – Um dos nomes mais fortes, com posições doutrinárias claras e experiência consolidada.
- Gerhard Ludwig Müller (Alemanha) – Foi considerado forte, mas conflitos recentes podem prejudicar suas chances.
- Pietro Parolin (Itália) – Secretário de Estado do Vaticano, especialista em diplomacia, mas sem experiência pastoral robusta, afirma Andrade. “É um nome falado, mas não é visto como o perfil ideal”.
- Pierbattista Pizzaballa (Jerusalém) – Jovem para os padrões do Vaticano (60 anos), é visto como brilhante e conhecedor da realidade de perseguições religiosas.
- Matteo Zuppi (Itália) – Presidente da Conferência Episcopal Italiana, visto como importante, mas, segundo o especialista, com pouco carisma para liderar a Igreja globalmente.
- José Tolentino de Mendonça (Portugal) – Cardeal poeta e intelectual, com apenas 59 anos. Seu perfil mais artístico e acadêmico pode ser visto como falta de firmeza para liderar grandes reformas internas.
América – ala conservadora
- Raymond Burke (EUA) – Representa a ala conservadora, mas tem pouca força para ser eleito papa, segundo Andrade.
Ásia
- Luis Antonio Tagle (Filipinas) – Muito comentado na mídia, mas, segundo Andrade, teve seu prestígio abalado após problemas administrativos que o afastaram das principais funções no Vaticano.
Um cenário incerto
Apesar dos nomes ventilados, o professor Andrade reforça que especulações têm sempre um caráter limitado. “Não estamos dentro do conclave. Só ali se percebe a dinâmica real: necessidades, alianças e reações ao ambiente da Igreja global.”
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