O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, realizam nesta semana um road show para apresentar o projeto do Túnel Imerso Santos-Guarujá para investidores europeus.
Com investimento estimado em R$ 6 bilhões, o projeto será realizado por meio de uma parceria público-privada (PPP), com concessão de 30 anos para construção, operação e manutenção. O leilão ocorrerá em 1º de agosto de 2025. A obra, a maior do Novo PAC, é uma parceria entre o estado e o governo federal.
A missão internacional passará pela Dinamarca, Holanda e Noruega. No início da semana, Silvio Costa Filho esteve em Portugal. É previsto que a comitiva se reúna com as empresas holandesas Ballast Nedam e TEC Tunnel até quarta-feira, 23.
A Ballast Nedam já construiu um túnel imerso, que cruza o canal Nieuwe Waterweg, em Roterdã, e tem um projeto no Iraque. A TEC Tunnel já construiu túneis como Busan-Geoje (Coreia do Sul) e o projeto Fehmarnbelt, entre a Dinamarca e a Alemanha.
Reuniões estratégicas com Immontec, Ruter, LNS, Sweco, DFDS, Maersk e Femern A/S também devme ocorrer. A comitiva estadual é formada por autoridades estaduais, como o secretário de Parcerias em Investimentos, Rafael Benini, e a secretária de Comunicação, Lais Vita.
O secretário nacional de Portos, Alex Ávila e o presidente da Autoridade Portuária de Santos (APS), Anderson Pomini, integram a comitiva do governo federal.
O edital estabelece que a empresa ou consórcio interessado deve ter experiência prévia na construção, ou participação em projetos similares. Como este é o primeiro túnel submerso do Brasil, espera-se que um agente internacional participe do leilão.
Segundo fontes envolvidas no assunto ouvidas pela EXAME, quatro consórcios estão interessados no projeto:
- A chinesa CCCC (China Communications Construction Company) e a construtora portuguesa Mota-Engil;
- A italiana Webuild e a construtora Andrade Gutierrez,
- A empresa espanhola Acciona
- A OEC (Odebrecht Engenharia e Construção) com a EGTC (antiga Queiroz Galvão) e uma terceira companhia, que viabilizaria a parte financeira do consórcio
Redução do tempo de travessia
Na apresentação, o governo tem destacado que o projeto vai reduzir o tempo de travessia entre os dois municípios para até cinco minutos, por meio de uma ligação seca inédita no Brasil.
Hoje, cerca de 21 mil veículos, 7,7 mil ciclistas e 7,6 mil pedestres cruzam diariamente o canal entre Santos e Guarujá por balsas e embarcações de pequeno porte.
O túnel terá 1,5 km de extensão, sendo 870 metros submersos, com três faixas por sentido, uma delas adaptável ao Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), além de ciclovia e passagem para pedestres.
A estrutura conectará as regiões de Outeirinhos e Macuco, em Santos, ao bairro Vicente de Carvalho, em Guarujá, e foi planejada para permitir a integração dos sistemas de transporte público e reduzir a emissão de poluentes, ao substituir parte dos deslocamentos hoje dependentes de modais aquaviários a combustão.
Como vai ser o túnel Santos-Guarujá?
Segundo o projeto, o túnel de 870 metros de extensão deve levar três anos para ser construído, com expectativa de conclusão no final de 2028. Com 1,5 km de extensão, sendo 870 metros submersos, o projeto contará com três faixas por sentido, uma delas exclusiva para o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), além de passagens para pedestres e ciclistas.
Também integra o portfólio a concessão das travessias litorâneas e fluviais, que prevê a operação, modernização e gestão de 14 linhas aquaviárias por 20 anos. O edital está previsto para o primeiro semestre de 2025 e a estimativa é de R$ 1 bilhão em investimentos, com manutenção da política tarifária atual, gratuidades preservadas e aquisição de 48 embarcações, incluindo modelos elétricos, que ampliarão a eficiência e a sustentabilidade do sistema.
A ligação Santos-Guarujá é esperada por toda comunidade da região portuária e população do entorno, com perspectiva para melhorar o fluxo de pedestres que transitam entre as duas cidades, além de permitir mais segurança às embarcações que escalam o Porto de Santos para realizar operações.
Segundo o Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo, há planos para a construção de uma ligação seca entre as duas cidades ao menos desde 1927, quando se cogitava a escavação de um túnel para a passagem de um bonde elétrico. Em 1948, a proposta era fazer uma ponte levadiça no local. Já em 1970, a alternativa discutida previa uma ponte com acesso helicoidal, que permitia a passagem de navios.
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