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32 milhões não aplicam o dinheiro guardado: 7 passos para começar a investir em 2025

32 milhões não aplicam o dinheiro guardado: 7 passos para começar a investir em 2025

O número de brasileiros que guardaram dinheiro subiu no ano passado na comparação com 2023. Pela primeira vez, um terço (33%) da população conseguiu economizar. Mesmo que animador, o dado do Raio-X do Investidor, pesquisa feita pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), é acompanhado de outra estatística preocupante: apenas 39% do grupo que economizou aplicou os recursos em produtos de investimento. 

Isto significa que 32 milhões de brasileiros economizam, mas não investem. Outro dado da pesquisa mostra que a parcela da população (15%) que fez apostas em 2024 é maior do que a que aplica em títulos públicos, fundos e ações. Dos 23 milhões que apostaram, 4 milhões enxergam as bets como investimentos. 

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“O mercado financeiro não tem garantia de rentabilidade. Quando te oferecem algo como garantido, com rendimento acima da média do mercado, desconfie”, recomenda Augusto Balotari, assessor da Manchester investimentos.

Segundo a projeção da Anbima, quatro milhões de brasileiros devem começar a investir em 2025. Se você é um deles, as 7 dicas que especialistas deram ao InfoMoney podem ser úteis. Confira: 

1) Organize a casa

Antes de começar a investir, de fato, é fundamental resolver algumas questões básicas, como a quitação de dívidas e a definição dos objetivos para os investimentos. Se você quer investir para dar entrada em um imóvel em cinco anos, terá uma carteira diferente de quem aplica para pagar a faculdade dos filhos em 2040, por exemplo. 

Também é preciso conhecer seu perfil como investidor. As instituições financeiras que distribuem os títulos de investimento são obrigadas a avaliar o perfil dos investidores de varejo. O resultado é importante para saber quais produtos são adequados para seus objetivos e nível de tolerância a risco. 

2) Comece pela reserva de emergência

Antes de pensar em ganho de capital, o investidor precisa se preocupar com a proteção contra imprevistos, indica Gianluca Di Matina, especialista em investimentos da Hike Capital. A reserva de emergência consiste em um montante separado para cobrir despesas mensais fixas, como aluguel, conta de água e luz e compra de alimentos, em caso de queda repentina de receita. 

Por padrão, os especialistas recomendam que a reserva de emergência seja suficiente para bancar as despesas essenciais por seis meses. Ou seja, se você gasta R$ 5 mil por mês, precisaria acumular R$ 30 mil. Porém, há que diga que o tamanho do colchão financeiro pode variar conforme a estabilidade da receita. Seguindo essa linha, um servidor público concursado poderia ter uma reserva mais magra e um empreendedor que abriu recentemente um negócio precisaria de um montante ainda mais robusto, já que está mais sujeito a imprevistos. 

Di Matina diz que a reserva “deve ser aplicada em produtos de alta liquidez e baixo risco, como o Tesouro Selic ou CDBs de grandes bancos com liquidez diária”. A ideia não é buscar lucros exorbitantes, mas um rendimento maior do que a poupança oferece combinado com a possibilidade de resgatar o dinheiro a qualquer momento. 

3) Comece a investir, mesmo que com pouco 

“Para quem tem medo de investir, começar com pequenos valores pode ser uma estratégia eficaz”, diz o especialista da Hike. A estratégia permite que o novo investidor ganhe confiança nos produtos que atendem seus objetivos ao entender a dinâmica dos papéis.

4) Faça o simples

Para quem está começando, ativos que não exigem um nível de conhecimento elevado sobre o mercado ou e não demandam tempo para acompanhar as variações diariamente são mais indicados. Por isto, a renda fixa pública, com os títulos do Tesouro Direto, e bancária, com os CDBs, são as classes mais indicadas. A primeira modalidade funciona como um empréstimo para o governo em troca do pagamento de juros, enquanto a segunda tem os bancos como devedores. 

Esses produtos “oferecem rentabilidade interessante com baixo risco”, explica Di Matina. No entanto, ele alerta para a necessidade de diversificação. Na renda fixa, há três tipos principais de remuneração: pós-fixada, 100% atrelada a algum indicador, geralmente a Selic ou o CDI, prefixada, com 100% da rentabilidade definida no momento da compra do papel, e híbrida, que mistura uma taxa fixa com a variação de um índice, geralmente o IPCA, que mede a inflação. 

5) Vá além da renda fixa – se seu perfil permitir

Mesmo os investidores iniciantes podem entrar na Bolsa para alocar em ações ou fundos imobiliários. Balotari pondera que isto deve acontecer quando a aplicação se alinha com seus objetivos e o perfil de investidor é compatível, afinal, os ativos de renda variável são mais voláteis e, portanto, mais arriscados. 

“Podemos iniciar uma carteira de ações mais defensivas, com ações de elétricas e bancos, que tendem a ser mais procuradas em cenários de juros altos”, diz o especialista da Manchester. 

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Di Matina, da Hike, ainda acrescenta os fundos de investimento como alternativas interessantes para os iniciantes, já que eles pulverizam os riscos ao alocar em diversos ativos. 

6) Entenda o cenário macroeconômico

Uma das habilidades fundamentais para investir bem é a capacidade de reagir ao cenário macroeconômico. Isto porque todo o mercado se move conforme as tendências que enxerga para a economia no futuro. A carteira de investimentos deve sempre ser diversificada, mas alguns ativos podem ganhar ou perder peso dependendo 

“No cenário atual de incerteza global, juros elevados e inflação descontrolada, gostamos de estruturar carteira em IPCA+ (títulos que pagam a variação da inflação acrescida de uma taxa fixa), buscando proteger o portfólio dos níveis de preços elevados”, diz Balotari. “Claro que temos que ter uma parcela de pós-fixados para aproveitar os juros altos também, e, após essas alocações, podemos investir um pequeno percentual em ativos dolarizados, buscando se proteger contra a depreciação do real”, completa. 

7) Tenha expectativas realistas

Os grandes investidores construíram carteiras robustas com a ajuda do tempo. “É crucial que o novo investidor tenha expectativas realistas quanto aos rendimentos; promessas de ganhos rápidos e elevados, como as feitas por apostas online ou cursos que dizem garantir lucros exorbitantes, devem ser vistas com cautela”, diz Gianluca Di Matina.

O especialista conclui dizendo que “investimentos legítimos oferecem retornos proporcionais ao risco assumido e ao prazo de aplicação” e “a educação financeira e o planejamento são fundamentais para construir uma trajetória de sucesso no mundo dos investimentos”. 

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Fonte: InfoMoney

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