Quem esteve na Summer Game Fest 2025 pode assistir a um trecho de gameplay de Onimusha: Way of the Sword, o novo jogo de aventura da Capcom baseado em figuras e períodos históricos do Japão. Como nem todos tiveram acesso ao gameplay, esta semana a Capcom veio ao Voxel para participarmos do mesmo hands-off do evento e mostrar que a franquia parece estar em boas mãos.
A prévia mostra que a empresa está revitalizando a série com um jogo que mescla elementos clássicos da franquia com mecânicas modernas, criando uma experiência que, embora lembre soulslike em alguns aspectos, promete ser única e diferente do gênero. Nestas primeiras impressões, vamos analisar o que foi mostrado no gameplay com dezoito minutos de Onimusha: Way of the Sword, desde o combate fluido até as referências ao folclore japonês, passando pelos visuais e referências culturais que prometem tornar este Onimusha um novo título memorável da empresa.
A lenda Miyamoto Musashi
Repetindo a fórmula de jogos anteriores, mais uma vez temos um personagem real como o protagonista de Onimusha, mostrando um Miyamoto Musashi (famoso samurai do período Edo) ainda longe de se tornar a lenda que conhecemos. O trecho do jogo a que tivemos acesso se passa em Kyoto, com uma ambientação diferente do que vimos recentemente em Assassin’s Creed Shadows — que também se passa no Japão.
O título se passa em uma vila sombria, com ruínas e templos abandonados com uma aura de maldição que paira pela fase. A direção de arte captura bem tanto o que iremos enfrentar no game quanto o período feudal japonês, mas com um toque sobrenatural que lembra os melhores momentos da série Onimusha.
Musashi não é (ainda) o espadachim invencível das lendas. Ele é retratado como um guerreiro habilidoso, mas humano, que se vê envolvido em uma batalha contra forças demoníacas além de sua compreensão. Toshiro Mifune, lendário ator de filmes de samurai como Yojimbo e Os Sete Samurais, foi a referência principal para o rosto de Musashi, sendo uma bela homenagem da Capcom ao cinema clássico japonês.
A Manopla Oni: um poder que Musashi não quer
Uma das mecânicas centrais do jogo é a Manopla Oni, um artefato que concede poderes sobrenaturais ao usuário, transformando-o em um Onimusha. No entanto, diferentemente de outros heróis da franquia, Musashi não quer esse poder. E aqui existe um conflito interno interessante: embora Musashi não queira a manopla, ele é forçado a usá-la para sobreviver, me deixando curioso pra saber como o herói irá lidar peso dessa maldição.
A manopla não só aumenta suas habilidades de combate, mas também permite que ele veja o que humanos normais não podem. Isso se traduz em mecânicas de quebra-cabeças (clássicas da franquia), onde Musashi precisa encontrar fontes de energia para purificar locais assombrados. Durante um momento do gameplay, o herói tem visões de eventos passados, indicando que a manopla também serve como uma ferramenta narrativa, revelando histórias ocultas no mundo do jogo que terão impacto futuramente.
Parece soulslike, mas não é
A primeira coisa que chama atenção no combate é a fluidez dos movimentos do personagem. Musashi utiliza de golpes precisos com sua katana, mas também garante esquivas, deflexões e contra-ataques. O sistema de parry (aparar golpes) funciona de forma satisfatória – bloquear no momento certo abre brechas para ataques devastadores.
Embora tanto visualmente quanto no gameplay pareça um soulslike — lembrando até Sekiro em alguns momentos, os desenvolvedores foram enfáticos ao dizer que, apesar de parecer um Soulslike, o jogo não é um. E realmente, isso é notável durante alguns momentos: inimigos não são tão brutais quanto em Dark Souls ou Elden Ring, pois parece haver um equilíbrio entre desafio e fluidez para o jogador. Além disso, o foco parece estar no combate estratégico, não apenas na punição implacável digna de um souslike.
O último ponto que pode levar algumas pessoas a confundirem-se com o gênero são alguns mini-chefes que aparecem durante as fases, algo comum na fórmula souls. Porém em Onimusha a progressão parece mais linear do que em um souls tradicional, dando menos trabalho para o jogador casual.
O Retorno do Issen (e o novo Issen Break)
Fãs da série vão reconhecer o Issen, o famoso contragolpe que permite matar inimigos com um único ataque preciso. Agora, ele ganha uma camada extra de profundidade com o Issen Break, um sistema onde o jogador pode escolher partes específicas do corpo para atacar. Dependendo do local (cabeça, braços, pernas), o dano varia, adicionando novidade ao combate. Uma barra vermelha aparece abaixo da vida do inimigo — quando ela se esgota, o Issen pode ser executado, te ajudando um bocado em lutas mais difíceis.
Além disso, vale destacar outro ponto legal do que vimos no gameplay: Musashi usando o ambiente a seu favor. Em um breve momento, ele levanta uma porta caída no chão para se proteger de uma chuva de flechas do inimigo. Em outro, arremessa objetos contra eles. Isso sugere que o jogo incentivará a criatividade do jogador, seja para defesa ou ataques surpresa. Essa mecânica pode ser crucial em confrontos contra grupos de inimigos, onde a estratégia será tão importante quanto a habilidade com a espada.
Folclore Japonês e inimigos memoráveis
Onimusha sempre se destacou por trazer criaturas inspiradas no folclore japonês, e Way of the Sword não fica atrás. Um dos chefes mostrados foi Byakue, uma entidade coberta de papéis que afastam o azar (semelhante a ofudas, usadas no xintoísmo para proteção espiritual). O design que é assustador e ao mesmo tempo interessante de observar traz uma camada de dado histórico que o torna um adversário marcante.
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Além disso, Ganryu (o maior rival de Musashi na vida real) aparece no jogo, também portando uma Manopla Oni. Aparentemente, ele está corrompido, buscando se tornar “o maior espadachim do universo”, mesmo que isso signifique mergulhar no lado sombrio. Essa rivalidade promete ser um dos pilares narrativos do jogo.
Um potencial retorno triunfal da franquia
Onimusha: Way of the Sword parece estar no caminho certo para agradar tanto fãs antigos quanto novos jogadores (no caso, eu). A mistura de combate tático, elementos de folclore japonês e uma narrativa sombria cria uma experiência única, que respeita as origens da série enquanto introduz mecânicas modernas. A franquia, bem conhecida aqui no Brasil, ganhará um reforço na dublagem, que já foi confirmada pela Capcom, que já tem feito um ótimo trabalho com Resident Evil e Monster Hunter.
Se o jogo conseguir equilibrar dificuldade, história e inovação, pode ser não só um digno sucessor da franquia (que carece de uma nova história há anos), mas também um dos melhores títulos de ação de 2026.
Onimusha: Way of the Sword chega em 2026 para PC, PlayStation 5 e Xbox Series X|S.
Fonte: TecMundo