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Cyberpunk 2077 Ultimate Edition é benchmark do Nintendo Switch 2 – Review

Num passado não muito distante, ali no final dos anos 2000, o parâmetro de desempenho de qualquer dispositivo com foco em games era um só: rodar Crysis. Ninguém perguntava qual era a placa de vídeo ou o processador que você tinha, mas sim se a sua máquina aguentava a bomba que era o shooter da Crytek em termos de exigência operacional. 

Existem jogos que, assim como Crysis, marcam gerações ao elevar a barra de qualidade e dar o salto geracional que tanto esperamos com a chegada de uma nova placa ou console, extraindo ao máximo seu potencial. Foi assim com Crysis, Red Dead Redemption 2, Cyberpunk 2077 e, mais recentemente, com Alan Wake 2. 

Quando lançada em 2020, a versão de Cyberpunk 2077 para PC (desconsiderando, naturalmente, os desastrosos ports para consoles da geração passada), apesar dos bugs que foram corrigidos ao longo do tempo, logo atingiu um nível de excelência técnica que poucos games têm capacidade e recursos para alcançar. 

Cyberpunk 2077 Ultimate Edition é benchmark do Nintendo Switch 2 – Review

Em 2025, tendo aprendido com os deslizes das versões para Xbox One e PS4, a CD Projekt Red adaptou Cyberpunk 2077 ao Nintendo Switch 2, transformando o título em um benchmark para mostrar o poderio técnico do novo videogame. Se, na época do Switch original, o maior revés da Nintendo era não ter um hardware potente o suficiente para bater de frente com a geração atual, agora essa limitação ficou para trás. 

É Cyberpunk em sua forma final 

Olha, cinco anos de refinamentos e correções fizeram bem a Cyberpunk 2077. Desde o lançamento, a CD Projekt Red fez um trabalho exemplar ao recuperar sua credibilidade – não só do estúdio, mas do jogo em si – por meio de melhorias contínuas. Inclusive, na minha visão, entregou um dos melhores DLCs já lançados na história: Phantom Liberty.

Jogar Cyberpunk em um console portátil não é exatamente uma novidade. Tanto o Steam Deck quanto o ROG Ally já proporcionaram essa experiência. Entretanto, o Switch 2 dá nova vida ao shooter em primeira pessoa, não apenas pela portabilidade, mas, sobretudo, por aproveitar como ninguém os recursos do híbrido da Big N, inclusive a funcionalidade de mouse dos Joy-Cons. 

O Switch 2 dá nova vida ao jogo, aproveitando a portabilidade e recursos como a função mouse dos Joy-Cons.

Tão impressionante quanto rodar Cyberpunk 2077 no Switch 2 é saber que seu mapa aberto, denso e gigantesco, cabe numa fitinha minúscula (nada de game-key card na mídia física aqui). É sério: como é que um RPG futurista, imersivo, carregado de cutscenes maravilhosas e com um mundo reativo às ações do jogador consegue se acomodar num cartucho amargo (experimente lambê-lo) da Nintendo? 

Cyberpunk 2077: Ultimate Edition 5

A Night City que vemos no Switch 2, cá entre nós, não deve nada à cidade dos consoles da atual geração ​​– leia-se PlayStation 5 e Xbox Series S|X. A luminosidade dos painéis em neon tem a mesma intensidade que lembro no PS5, bem como as sombras e texturas dos hardwares mais parrudos. A resolução, por sua vez, também opera em alto nível graças ao upscaling do DLSS. 

O Ray Tracing, um dos grandes chamarizes do PC, acaba nem fazendo falta aqui, especialmente no modo portátil, em que os detalhes mais minuciosos passam despercebidos. Olhos como os meus, com percepção menos apurada e um toque de miopia, dificilmente vão notar que a técnica de renderização favorita dos adeptos de PC não está presente. 

Modos de jogo equilibrados

Herdando as diferentes opções de configuração das demais plataformas, Cyberpunk 2077 promove dois modos de jogo: qualidade e performance. Na opção de qualidade, a resolução é maior, ainda que pouco perceptível, e os detalhes do mundo ficam mais vibrantes, mantendo-se em 30 fps. Já o modo performance, por outro lado, sonha mais alto e almeja 40 fps, em detrimento, por consequência, de uma qualidade inferior em alguns elementos do cenário. 

Ambos os modos almejam a resolução 1080p com o auxílio do DLSS e, com o console conectado à TV, não há penalidade nesse aspecto ao escolher o modo performance. A queda na resolução, contudo, acontece no modo portátil, ainda que, novamente, seja discreta para olhos menos criteriosos (e o DLSS segura bem as pontas, vale ressaltar). 

Apesar dos muitos prós, a versão do Switch 2, mesmo com hardware digno para “tankar” títulos atuais, também tem seus contras. Embora a experiência do jogo base seja impecável, Phantom Liberty, em contrapartida, engasga para se manter em 30 fps na nova área do mapa, Dogtown, deixando explícito o motivo pelo qual o conteúdo adicional não foi lançado para os consoles da geração passada. 

Embora a experiência do jogo base seja impecável, Phantom Liberty, em contrapartida, engasga para se manter em 30 fps na nova área do mapa.

Em cenas mais rápidas, isto é, nos momentos em que há muita ação, com explosões e partículas na tela, é possível notar artefatos, stuttering e outros ruídos chatos na qualidade da imagem, mas nada que comprometa o gameplay a ponto de prejudicar o desempenho do jogador durante o combate. No modo portátil, no entanto, essas oscilações podem até acabar desencadeando enjoo em quem costuma sofrer de cinetose (eu me incluo nessa). 

Seja no portátil ou no modo dock, a conveniência de jogar Cyberpunk 2077 numa qualidade acima da média, que fica no meio do caminho entre os consoles da antiga e da atual geração, é o que realmente se sobressai. Por ser um game de escopo ambicioso, com centenas de horas de conteúdo e foco na imersão, poder pausar a jogatina na TV para continuá-la no sofá continua sendo a magia do formato híbrido. 

Selo CD Projekt de qualidade

Deixando o tecniquês de lado, Cyberpunk 2077 continua sendo um jogo fora da curva para os padrões de mundo aberto. NPCs diferentões, missões que permitem mais de uma abordagem, com requintes de immersive sim à la Deus Ex, um sistema de progressão que favorece a diversidade de builds e, é claro, uma metrópole que nunca dorme e responde às ações do jogador são apenas alguns dos atrativos do playground futurista da CD Projekt Red. 

Não deixe que a reputação ruim do lançamento, se é que você ainda tem essa visão de Cyberpunk, te impeça de conhecer essa jornada. Com a inclusão de Phantom Liberty, uma aventura ainda mais complexa e cinematográfica que a do jogo base, priorizando momentos de espionagem e se aprofundando na construção de ambientes densos e com mais camadas, a Ultimate Edition está em casa no Switch 2. 

Veredito: vale a pena?

Cyberpunk 2077: Ultimate Edition é, mais do que uma adaptação competente, um verdadeiro teste de estresse para o hardware do Switch 2. Com a “bruxaria” da CD Projekt Red para realizar o port, o título mostra do que o híbrido da Nintendo é capaz na atual geração e, acima de tudo, serve como uma breve degustação da relação que a empresa japonesa pretende cultivar com as third-parties. Se era poder de fogo que o Switch 2 precisava, nada como Cyberpunk para atestar seu potencial bélico. 

Nota: 90

Pontos positivos (prós):

  • Adaptações técnicas competentes;
  • Mantém-se fiel às versões mais parrudas do jogo;
  • Faz excelente uso do Joy-Con como mouse;
  • Pacotaço com conteúdo que justifica o preço.

Pontos negativos (contras):

  • Apresenta alguns problemas de desempenho em Phantom Liberty;
  • Artefatos e outros ruídos na imagem, ainda que pontuais.

Cyberpunk 2077 Ultimate Edition já está disponível para jogar no PC, PS5, Xbox Series S/X e Switch 2. Uma cópia do game foi cedida pela CD Projekt Red para realização da review.

E aí, você já está jogando no Switch 2? Comente suas impressões com o console nas redes sociais do Voxel!
 

Fonte: TecMundo

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