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Rematch é o melhor jogo de futebol casual desde Fifa Street – Review

Sifu é um dos meus jogos favoritos, instalado permanentemente em todas as plataformas que uso — PC, Xbox e PS5. Acumulo dezenas, talvez centenas, de horas de porradaria, conhecendo cada rota de cabo a rabo. Então, dá pra imaginar minha empolgação ao descobrir que a Sloclap, desenvolvedora do game, estava envolvida em outro projeto: Rematch — um jogo de… futebol!?

A curiosidade me motivou a testar o jogo desde os testes Beta, e posso dizer com certeza: a Sloclap acertou de novo. Nunca fui fã de jogos de futebol, embora tenha jogado bastante Fifa Street na era do PS2. Mas Rematch trouxe algo diferente. O jogo repete o feito de Rocket League ao reimaginar o futebol virtual, só que sem apelar para carros ou exagerar na fantasia.

Neste artigo, conto como — e por que — Rematch me fisgou a ponto de acumular mais de 30 horas antes mesmo do lançamento oficial. E mais: como conseguiu transformar meu grupo de amigos em comentaristas de mesa de bar no Discord.

Futebol, mas sem carros

Rematch é um jogo de futebol onde cada jogador controla um único atleta em campo. Não há posições fixas, e as partidas podem ser 3×3, 4×4 ou 5×5 — sendo esse último o único formato disponível nas ranqueadas.

A gameplay é afiada: é preciso driblar, marcar, interceptar e calcular chutes e passes com precisão. Comunicação é essencial para o sucesso, e o jogo oferece um espaço imenso para expressão de habilidade, com uma curva de aprendizado que vai além do individual — ela se estende ao entrosamento do time.

football (without cars) pic.twitter.com/mJlhCOkt07

— Rematch (@PlayRematch) February 3, 2025

Toda essa proposta remete bastante a Rocket League, e a Sloclap reconhece a semelhança. Como a própria desenvolvedora disse no X (antigo Twitter): Rematch é “futebol (sem carros)”.

A comparação é inevitável. O jogo parece um ponto de encontro entre o caos criativo de Rocket League e os simuladores mais tradicionais, como eFootball e EA Sports FC (sucessores de PES e FIFA).

É difícil ilustrar a dinâmica de uma partida, mas posso garantir: cada jogo é único.

É difícil ilustrar a dinâmica de uma partida, mas posso garantir: cada jogo é único. Há muito espaço para experimentação, jogadas ensaiadas, improviso, marcação pesada e fisicalidade. Tudo isso sem regras rígidas — nada de impedimentos, faltas, pênaltis ou saídas de bola. A quadra é cercada por uma parede invisível que permite jogadas ousadas e confunde os adversários. As partidas duram seis minutos e, em caso de empate, vence quem marcar o primeiro gol na prorrogação.

Visual à prova do tempo

Desde Absolver, a Sloclap mantém uma estética forte, com personagens cartunescos de proporções estilizadas — transmitindo força e resistência. Em Rematch, isso continua. A iluminação em cel shading, o uso de cores e os materiais dos uniformes, campos e cenários compõem um visual com potencial de longevidade, imune às evoluções gráficas mais realistas da indústria.

Essa escolha também traz benefícios práticos: acessibilidade. Embora Rematch não seja leve — é exclusivo da nova geração nos consoles —, o PC permite ajustes gráficos consideráveis sem comprometer o design. Ter um setup robusto ajuda a obter mais quadros por segundo, mas não é obrigatório para curtir o jogo.

E sim, Rematch abraça o exagero. Jogadas com voleios cinematográficos, movimentos impossíveis e efeitos sonoros impactantes reforçam a identidade visual e sonora do game. A experiência pode agradar, inclusive, os fãs de Blue Lock — pela dramaticidade e plasticidade das jogadas.

A curva de aprendizado

Nos testes Beta, Rematch não exigia tutorial. Existiam circuitos opcionais para aprender as mecânicas básicas. No lançamento, isso foi aprimorado: há um prólogo obrigatório, que apresenta os controles e ainda introduz uma narrativa leve — quase imperceptível, mas presente.

A Sloclap mantém sua identidade com controles simples, porém exigentes. A precisão, a resposta rápida e a coordenação são pilares da experiência, seja no controle ou no teclado e mouse. As fases Beta ajudaram a refinar o mapeamento de botões — e ainda há espaço para melhorias.

Rematch é o melhor jogo de futebol casual desde Fifa Street – Review
Há muito espaço para expressão de habilidade em Rematch. (Fonte: Sloclap/Divulgação)

Com prática, os controles se tornam intuitivos. Como em Rocket League, trata-se de um jogo fácil de começar, mas difícil de dominar. E recompensa quem se dedica. Mesmo após dezenas de horas, sigo aprendendo novos movimentos e investindo tempo no modo “Jogo Livre” para aperfeiçoar dribles e finalizações.

Ainda assim, há pontos a melhorar:

  • O modo “Jogo Livre” poderia permitir jogar com amigos para treinar jogadas em conjunto;
  • Ainda não é possível remapear os botões no controle — só no mouse e teclado;
  • Seria interessante incluir bots nesse modo para treinar situações específicas.

Os problemas

Desde os testes abertos, Rematch apresentou problemas técnicos. Bugs, travamentos e dessincronizações eram frequentes — e, infelizmente, continuam na versão final. Em alguns momentos, a situação parece até pior. Esses problemas não tornam o game injogável, mas podem gerar frustração, como tomar um gol sem nem ver a bola.

Não dá para listar todos os bugs, mas eles ocorrem com frequência suficiente para merecer atenção. Ainda assim, Rematch tem qualidades suficientes para me manter jogando — e a Sloclap está ciente do que precisa ser corrigido.

Há também ausências notáveis. A principal: falta de crossplay. Jogadores da Steam não podem jogar com quem usa o PC Game Pass, por exemplo — uma limitação frustrante para grupos de amigos.

No PC, também há relatos de travamentos e problemas de desempenho. As opções gráficas são variadas, mas o jogo ainda pode — e deve — ser melhor otimizado.

Vale a pena?

A Sloclap promete manter Rematch vivo por anos, e a base é boa o suficiente para justificar a empolgação. O jogo conquistou mais de 1 milhão de jogadores em menos de 24 horas. Apesar dos problemas, Rematch é um belo chute de voleio — preciso, criativo e com grande potencial de evolução.

Rematch
Rematch reinventa o futebol de videogame com excelência. (Fonte: Sloclap/Divulgação)

Visual refinado, gameplay viciante, proposta original: Rematch é um golaço. É a prova de que ainda há espaço para inovação no mercado de games, mesmo quando tudo parece girar em torno dos mesmos temas e fórmulas.

Na nota a seguir, levo em conta a qualidade do projeto, sua execução atual e as promessas da desenvolvedora. Por tudo isso, digo: vale ao menos uma assinatura do Game Pass. Mesmo com deslizes, a Sloclap leva os três pontos para casa com uma vitória de goleada.

Nota: 90

Pontos positivos:

  • Gameplay afiada, precisa e com curva de aprendizado extremamente gratificante;
  • Jogatina pautada em cooperação e comunicação;
  • Muitas opções de personalização visual;
  • Gráficos e estilo visual com forte identidade;
  • Promessa de suporte contínuo e muito conteúdo novo.

Pontos negativos:

  • Otimização pode melhorar;
  • Bugs diversos (dessincronização, problemas nos controles e outros defeitos);
  • Falta de crossplay, até mesmo entre usuários de PC;
  • “Jogo Livre” com opções limitadas de treino;
  • Ausência de remapeamento de botões no controle.

Rematch foi cedido ao Voxel pela Sloclap para análise no PC. O jogo foi testado em um computador equipado com processador Ryzen 5 3600, Nvidia RTX 2060 Super, 16 GB de RAM e armazenamento em SSD. O título também está disponível no PS5 e Xbox Series S e X, incluso na assinatura Game Pass desde o lançamento.

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Fonte: TecMundo

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