Quando pensamos em robôs domésticos, muita gente acha que essa é uma ideia futurista demais — como a personagem Rosie, do desenho animado Os Jetsons. Porém, esses equipamentos estão bastante avançados e, nos últimos anos, passaram a ocupar um papel importante nos lares de várias partes do mundo.
Esses dispositivos estão longe de ser um assistente completo para tarefas da casa, mas podem ajudar com trabalhos manuais específicos e, com isso, fazer com que você ganhe tempo para realizar outras atividades de trabalho ou lazer. Mas você sabe exatamente como funciona essa categoria de produtos e quais são os exemplos mais comuns no mercado? A seguir, confira como os robôs domésticos já estão mudando a limpeza residencial e o potencial para alterar ainda mais esse cenário.
O que são robôs domésticos e como eles funcionam?
Robôs domésticos são dispositivos inteligentes que realizam tarefas cotidianas envolvendo tarefas de uma residência, antes restritas aos seres humanos. Elas incluem limpeza em geral, transporte de objetos e até atividades manuais mais complexas, como cozinhar. Esses robôs normalmente funcionam a partir de sensores que mapeiam o ambiente ao redor, normalmente com o auxílio de uma câmera, e componentes específicos que realizam a função do aparelho — como escovas e um pano no caso de limpeza, ou um braço robótico para transporte de itens.
Modelos mais avançados também contam com inteligência artificial (IA), o que permite ao robô aprender com os próprios erros ou acertos e melhorar o desempenho de forma contínua. Antes ou durante o primeiro usos, esses robôs normalmente exigem uma configuração mais avançada para se familiarizar com o local ou a tarefa. Isso significa normalmente determinar elementos como qual será a área de atuação dele, o horário de funcionamento e outras variáveis, que dependem também da função de cada máquina.
Foi na década de 1960 que nasceram robôs que começaram a tornar esse sonho possível. A dupla de autômatos Elmer e Elsie, desenvolvida pelo neurocientista Grey Walter, foi a primeira capaz de fazer uma tarefa automatizada equivalente a um raciocínio simples. Os dois equipamentos na forma de uma carapaça de tartaruga eram fotossensíveis, movimentando-se de acordo com o piscar de uma fonte luminosa. A presença de dois motores que agiam individualmente foi comparada a dois neurônios, já que os robôs conseguiam desviar de obstáculos.
Foram necessárias mais algumas décadas, porém, para que surgissem modelos comerciais e que realmente faziam tarefas domésticas de forma prática. O primeiro aspirador robô é o Trilobite da Electrolux, lançado em 1996, mas o formato foi consagrado apenas com o primeiro Roomba, de 2002.
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Um passo adiante está em modelos humanoides ou com uma estrutura bípede mais próxima da nossa, e que conseguem fazer bem mais de uma tarefa. O robô Aeolus, revelado ainda na forma de protótipo em 2018, foi um dos robôs domésticos que mais impressionou nos últimos anos por tirar do papel a ideia futurista de um assistente com múltiplas habilidades.
Tipos de robôs domésticos
Normalmente, o robô doméstico atual opera de forma similar a um eletrodoméstico. Ou seja, ele possui uma aplicação bem específica, assim como uma batedeira e um liquidificador. Até por isso, esse tipo de aparelho pode ser separado de acordo com a sua função. Conheça abaixo algumas das classificações mais famosas.
1. Aspirador robô
O aspirador robô é talvez a categoria mais conhecida de equipamentos domésticos artificiais. Esses são os produtos responsáveis por fazer uma faxina em pisos de uma residência inteira, graças a recursos como sensores de reconhecimento de obstáculos.
Basicamente, esse tipo de robô suga partículas de poeira, além de utilizar escovas para remover outras sujeiras. Modelos mais avançados contam com um mop ou pano que pode ser passado seco ou úmido, além de um compartimento próprio para depositar o conteúdo recolhido e seguir trabalhando.
2. Robô cortador de grama
Assim como no caso dos aspiradores, esse tipo de equipamento doméstico é capaz de mapear jardins, quintais ou outras áreas abertas para remover a grama alta de forma autônoma. Eles normalmente contam com detectores de obstáculos e de bordas, deixando o nível de vegetação uniforme e com uma bateria grande o suficiente para garantir todo o serviço sem a necessidade de recarga.
3. Robô limpa-vidros
Essa é outra categoria paralela ao aspirador robô, porém com uma função ainda mais específica e uma fixação ocorre por meio de ventosas. Esse tipo de equipamento atua em vidros de portas, janelas e divisores de ambiente para deixá-los reluzentes a partir de panos, e um spray de água que tira manchas e marcas de dedos.
4. Robô cozinheiro
Atividades de culinária ainda são complexas demais para robôs, mas há ao menos tentativas de criação de equipamentos que sirvam para preparar pratos simples ou ao menos misturar ingredientes. Robôs cozinheiros automatizam o preparo de algumas comidas de forma prática — como o Posha, que exige que você adicione os ingredientes em recipientes, mas faz toda a mistura e acompanha o cozimento.
5. Robô de segurança
Robôs de segurança são dispositivos de vigilância e monitoramento que podem fiscalizar uma região usando câmeras com sensor de movimento e até visão noturna. Embora não contem com mecanismos para abordar ou impedir crimes, eles servem especialmente como alarmes e câmeras, integrando um sistema de proteção completo. Esse tipo de equipamento por enquanto é raro e, quando usado, é aplicado em estabelecimentos comerciais ou locais públicos, como praças.
6. Robô de guia ou companhia
Para além de trabalhos manuais, robôs domésticos também podem ter um propósito emocional. Já são vários os exemplos de equipamentos como o LG CLOi, por exemplo, que servem para tarefas que vão de recepcionar pessoas a conversar ou oferecer ajuda — que pode ser desde conversar ou relembrar algum compromisso até chamar um contato de emergência.
7. Robô de transporte de objetos
Nessa categoria, o robô é capaz de levar itens de um local ao outro usando uma base com rodas ou pernas. Esse tipo de trabalho já é utilizado em armazéns em fábricas, mas no meio doméstico ele pode servir como assistente de pessoas com mobilidade reduzida ou idosos, por exemplo. Em modelos mais avançados, um braço robótico pode ser capaz até mesmo de pegar objetos do chão ou de outras superfícies.
Benefícios do robôs domésticos
Com tanta variedade de robôs domésticos de funções específicas, é normal se perguntar se há mesmo vantagens em ter equipamentos como esses em casa. A resposta depende de vários fatores, desde a sua necessidade de otimizar tarefas até o orçamento disponível.
Esse tipo de equipamento é bastante útil para quem precisa de ajuda ou simplesmente quer acelerar tarefas do ambiente doméstico ou empresarial. É o caso de pessoas que passam o dia fora de casa, quem acha que gasta muito tempo em ações como limpeza ou em lares que exigem mais cuidados, como aqueles com crianças e pets, por exemplo.
Porém, é preciso levar em conta também algumas desvantagens: o preço dos modelos mais completos ainda é alto e há diferenças bem consideráveis entre as opções de entrada e top de linha em termos de durabilidade e recursos extras, em especial no caso de limpeza. Além disso, eles costumam exigir uma configuração prévia que exige algum conhecimento por parte do usuário.
O futuro dos robôs domésticos
O que esperar dessa categoria de produtos nos próximos anos ou até décadas? A expectativa mais realista envolve o barateamento dos aparelhos hoje considerados premium, tornando eles mais acessíveis para uso. Além disso, a conectividade dos robôs tende a melhorar com todo o ecossistema doméstico (incluindo sensores, alarmes e o seu celular).
Previsões mais ousadas incluem a chegada de modelos humanoides com movimentos mais dinâmicos e naturais, ou então robôs mais especializados em poucas funções (e mais otimizados nessas tarefas específicas, independente do formato). O uso da IA também tende a melhorar, em especial para aprimorar o reconhecimento de objetos e o desempenho no geral.
Sabia que a China sediou recentemente a primeira meia-maratona que teve robôs entre os corredores? Confira nesta matéria do TecMundo como foi a corrida!
Fonte: TecMundo