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ChatGPT: como a IA gera dinheiro para a OpenAI, já que ela é de graça?

O serviço de inteligência artificial (IA) ChatGPT é atualmente utilizado ao menos uma vez na semana por cerca de 400 milhões de pessoas. Usuários ou empresas de vários setores já utilizam essa e outras ferramentas de forma parcial ou até em operações inteiras.

Com tanto sucesso e sendo um dos chatbots mais famosos e importantes da área, é natural pensar que ele gera uma enorme quantidade de receita para a OpenAI. Porém, com o serviço sendo oferecido de forma gratuita em uma versão perfeitamente funcional, será que ela consegue mesmo arrecadar tanto dinheiro?

Responder a esse questionamento pode parecer simples, mas envolve entender todo o funcionamento da OpenAI como empresa e quais são algumas das possibilidades desse serviço para o futuro.

Como o ChatGPT e a OpenAI conseguem receita?

Para arrecadar verba com serviços de IA, a OpenAI possui uma série de fontes de receita com formas diferentes de funcionamento. Elas envolvem as seguintes operações:

  • Rodadas de financiamento lideradas por outras empresas ou fundos de investimento. Na última delas, realizada em março de 2025, ela levantou US$ 40 bilhões em especial graças ao fundo japonês SoftBank. A Microsoft já investiu ao menos US$ 13 bilhões nela ao longo dos  últimos anos;
  • Contratos com governos para fornecimento de tecnologia ou serviços. No caso dos Estados Unidos, um recente acordo para fornecimento de “produtos e serviços no campo da segurança nacional” envolveu o pagamento de US$ 200 milhões;
  • Parcerias e acordos de licenciamento de produtos, modelos de linguagem ou da API do ChatGPT com empresas. Exemplos incluem a incorporação do GPT-4 no Copilot da Microsoft e a aliança com a Apple, por exemplo;
  • O modelo de assinaturas pagas do ChatGPT, com as versões Pro, Plus e Team (exclusivo para uso corporativo). A versão Plus é a mais popular, saindo por US$ 20 mensais com várias vantagens e acesso prioritário à tecnologia, enquanto o Pro sai por US$ 200 ao mês e é visto como pouco rentável atualmente.

Até o momento, o ChatGPT não possui um modelo de publicidade. Entretanto, o CEO e cofundador da empresa, Sam Altman, já sugeriu em um podcast que anúncios são “legais”, embora exijam um grande cuidado para serem posicionados do jeito certo. Por enquanto, não há sinais concretos de que isso vá acontecer no chatbot tão cedo.

A OpenAI é uma empresa lucrativa?

Por enquanto, a OpenAI alega que não conseguiu virar um negócio lucrativo. Apesar de gerar uma quantidade relativamente alta de receita, os gastos ainda são excessivos e desequilibram a balança. Eles envolvem custos principalmente com servidores e o poder computacional para manter todas as ferramentas no ar e desenvolver novos modelos de linguagem.

De acordo com dados de junho de 2025, a dona do ChatGPT tem US$ 10 bilhões (ou R$ 54,3 bilhões, em conversão direta de moeda) de receita recorrente anual. Isso significa que esse dinheiro entra com certeza nos cofres da companhia com certeza, sem contar acordos individuais e de pagamento único, por exemplo.

ChatGPT: como a IA gera dinheiro para a OpenAI, já que ela é de graça?
Sam Altman durante uma conferência. (Imagem: GettyImages)

A ideia da empresa é fechar 2025 com US$ 12,7 bilhões (R$ 69,7 bilhões) e dobrar esse valor para 2026, graças a mais clientes e assinantes. O crescimento mais otimista seria de US$ 125 bilhões (R$ 686 bilhões) para 2029, período em que ela já espera ser lucrativa a partir dessa receita recorrente.

A estrutura nada convencional da OpenAI

Parte das discussões sobre como a OpenAI gera dinheiro e recebe tantos investimentos mesmo sem ainda apresentar lucro tem a ver com o modelo de estrutura da companhia.

Ela foi fundada em 2015 como um laboratório de pesquisa e desenvolvimento de tecnologias, sem fins lucrativos. Porém, ganhou um braço lucrativo no final da década passada, na medida em que começou a desenvolver e lançar ferramentas e modelos de linguagem.

1 de julho de 2025 - 01:58
As versões pagas da ferramenta de IA. (Imagem: Reprodução/ChatGPT)

Neste ano, ela oficializou e depois desistiu do plano de se transformar em uma empresa totalmente lucrativa. Na nova formação, o braço não-lucrativo continua como a detentora do controle da empresa, enquanto a unidade que pode gerar lucro vai virar uma corporação de benefício público para seguir captando recursos.

É provável que a OpenAI tenha voltado atrás por motivos que incluem riscos regulatórios e éticos, além de críticas de pesquisadores e ativistas do setor. Afinal, ela passaria a receber mais investimentos e, ao mesmo tempo, teria ainda mais liberdade para operar em um campo de alta relevância no mercado atual.

Você conhece a história de origem da OpenAI e do seu produto mais famoso, o ChatGPT? Confira a trajetória neste vídeo preparado pelo TecMundo!

Fonte: TecMundo

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