A cibersegurança é um dos pilares cruciais para a proteção de dados e sistemas, e hoje, no complexo cenário do segmento, a palavra-chave é contexto. A capacidade de entender a natureza das ameaças, avaliar os riscos com precisão e priorizar ações de mitigação é essencial para proteger os ativos mais importantes de uma empresa.
O contexto define as bases para compreender a natureza das ameaças, o perfil de risco e as necessidades específicas de cada organização. Sem ele, milhares de vulnerabilidades, patches ou atualizações simultâneas tornam-se uma prioridade, comprometendo a capacidade das equipes de segurança de atuar de maneira proativa e eficaz. Além disso, é o contexto que permite identificar ativos críticos para o negócio, compreender as ameaças mais prováveis de exploração e tomar decisões fundamentadas que mitiguem riscos reais em vez de potenciais.
Gerenciar cibersegurança sem contexto é como tentar apagar incêndios sem saber onde está pegando fogo de verdade. Você tem um extintor, mas recebe dezenas de alarmes ao mesmo tempo – muitos são falsos, outros são pequenos curtos, e um está queimando a sala do servidor. Sem contexto, você pode desperdiçar esforços onde não precisa, enquanto o problema real se agrava.
Uma abordagem eficiente começa com a implantação em um setor específico, escalando progressivamente para a empresa como um todo. A visibilidade proporcionada por ferramentas bem configuradas é a chave para esse processo. Identificar quais ameaças demandam uma resposta imediata – em 15 segundos – e quais podem ser gerenciadas num prazo maior – 15 dias – é essencial para manter os sistemas protegidos sem sobrecarregar as equipes.
Um contexto acionável não apenas apresenta os riscos existentes, mas também prioriza aqueles que representam maior urgência. Por exemplo, das diversas vulnerabilidades identificadas, quais devem ser tratadas com maior celeridade.
A priorização como estratégia
De acordo com o relatório da Tenable “The Critical Few: How to Expose and Close the Threats that Matter”, que identificou os principais pontos de exposição dentro das organizações, apenas 3% das vulnerabilidades representam risco significativo à segurança cibernética. Isso mostra claramente que não devemos sair corrigindo tudo que vemos pela frente sem entender o risco.
Ao contrário da ideia de corrigir todos os problemas de segurança ao mesmo tempo, a verdadeira eficácia está em priorizar com base em urgência, disponibilidade de controles de compensação, tolerância para superfície de ataque residual e nível de risco apresentado ao negócio.
Essa abordagem permite que as equipes concentrem seus esforços nos ativos de maior valor para o negócio, desenvolvendo planos de resposta rápidos e eficazes para os cenários mais críticos ao invés de “enxugar gelo” corrigindo mil vulnerabilidades sem importância real para descobrir que outras duas mil acabaram de chegar.
E essa transição para uma defesa proativa é urgente em um mundo com equipes de segurança sobrecarregadas por um grande volume de dados fragmentados. Isso significa priorizar ameaças com maior probabilidade de exploração e validar se os ataques podem de fato ocorrer. Essa validação ajuda a antecipar o comportamento dos invasores e a garantir que os sistemas estejam preparados para reagir rapidamente.
De olho no futuro
De acordo com o Gartner, até 2026, as organizações que priorizam investimentos em segurança com base em programas contínuos de gestão de exposição terão três vezes menos probabilidade de sofrer violações. Essa previsão reforça a necessidade de adotar o contexto como um elemento central para a cibersegurança moderna.
O contexto não é apenas um diferencial, mas uma necessidade para as empresas que desejam enfrentar os desafios da segurança cibernética com êxito. A proatividade é o que distingue as empresas que enfrentam ataques cibernéticos com confiança daquelas que sucumbem ao caos.
Fonte: TecMundo