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A guerra dos algoritmos: como marcas e plataformas disputam a atenção do usuário em silêncio

Por Andressa Junges*

Se você já se perguntou por que certos conteúdos aparecem no seu feed enquanto outros somem, a resposta não é tão simples e nem aleatória. Existe uma disputa silenciosa, travada diariamente, entre plataformas e marcas, com um elemento central comandando tudo: o algoritmo.

As plataformas, como Instagram, TikTok e tantas outras, construíram algoritmos capazes de mapear comportamentos e, a partir disso, decidir o que você verá e o que ficará escondido. Essa seleção é feita com base em um objetivo muito claro: manter sua atenção o maior tempo possível dentro daquele ambiente. Afinal, quanto mais tempo você passa rolando o feed ou assistindo vídeos, mais anúncios você consome – e é assim que o jogo funciona.

Só que, do outro lado, estão as marcas, que não querem apenas que você assista a um conteúdo interessante, elas querem que você tome uma ação: que compre, clique, se cadastre ou se interesse por algo específico. E é exatamente nesse ponto que nasce o conflito. O que faz um conteúdo ter alta performance para o algoritmo, como retenção de vídeo, comentários e compartilhamentos, nem sempre é o mesmo que gera conversões. E o contrário também vale: conteúdos pensados para vender podem não ter um desempenho tão bom em termos de entrega, justamente por não gerar tanto engajamento espontâneo.

A guerra dos algoritmos: como marcas e plataformas disputam a atenção do usuário em silêncio

O que torna essa equação ainda mais complexa é que cada plataforma tem sua própria lógica. Um vídeo que explode no TikTok pode passar completamente despercebido no Instagram. E, como se não bastasse, essas regras mudam o tempo todo. Quem trabalha com marketing digital conhece bem essa sensação de ter que se adaptar constantemente, como se estivesse jogando um jogo em que as regras são alteradas no meio da partida.

É nesse cenário que a área de análise de dados, ou Digital Intelligence, se torna fundamental. São esses profissionais que garantem que tudo esteja funcionando nos bastidores: que os dados estejam sendo captados corretamente, que os sistemas de conversão, como pixels ou APIs, estejam configurados da forma certa e que as plataformas estejam recebendo os sinais corretos de que um conteúdo não só gerou curtidas, mas também resultado real.

Quando esse alinhamento funciona, o algoritmo passa a “entender” que aquele conteúdo tem valor, não apenas porque engaja, mas porque gera aquilo que as marcas realmente querem. É quase como educar o algoritmo sobre o que é sucesso para cada negócio.

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Claro que isso não resolve tudo. Mesmo com dados impecáveis, é preciso estar atento a como cada plataforma responde aos diferentes formatos, linguagens e narrativas. E isso exige uma flexibilidade constante: o que funciona hoje pode não funcionar amanhã. É por isso que acompanhar atualizações, participar de eventos e entender as movimentações das próprias plataformas faz toda a diferença.

No fim, a guerra dos algoritmos não é exatamente uma guerra contra eles, mas uma negociação silenciosa, em que quem entende melhor as regras – e sabe como usá-las a seu favor – sai na frente. O feed segue sendo a prateleira, o conteúdo continua sendo o vendedor e o scroll permanece como o caminho mais curto (ou mais longo) até a decisão de compra. Tudo isso acontecendo de forma quase invisível, mas com impacto real em cada escolha que você faz online.

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*Andressa Junges é formada em Administração e possui MBA em Data & Analytics pela USP/ESALQ. Atua com dados e tecnologia há quase 10 anos, unindo conhecimento técnico e visão estratégica para transformar dados em insights e decisões. Atualmente, coordena a área de dados e tagging na Adtail.

Fonte: TecMundo

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