Por Andréa Migliori, CEO da Workhub**
Líderes que não se comunicam bem são um risco estratégico. O impacto pode ser silencioso, mas é devastador. Projetos são mal interpretados, prazos são perdidos, times trabalham em direções opostas e, pior, acabam não confiando na própria empresa. As lideranças perdem credibilidade e, com o tempo, perdem o espaço pelo qual lutaram durante toda a carreira.
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Participei recentemente do RH Summit e um dos debates mais fortes que presenciei foi sobre a comunicação de líderes dentro das empresas. Mais especificamente, sobre os perigos que a má comunicação traz, tanto no operacional quanto na visão das equipes e do público sobre a marca.
Especialistas da McKinsey afirmam, com base em diversos relatórios, que empresas com lideranças que se comunicam com frequência e transparência têm um nível de engajamento significativamente maior. Quem está nessa estatística já sai na frente da concorrência, porque, de acordo com a Gallup, times desengajados custam US$ 8,8 trilhões por ano em produtividade perdida, cerca de 9% do PIB mundial.

Se o desengajamento é um problema global intenso, e temos dados que relacionam a má comunicação de lideranças a ele, o que falta para atuarmos nessa frente?
Como resolver?
A verdade é que não é uma situação tão fácil de resolver. Não é necessariamente falta de visão, mas sim de ferramentas, oportunidades e, acima de tudo, da cultura organizacional certa.
O que acontece, muitas vezes, é um descompasso entre o que o RH diz e o que C-Levels querem ouvir. Enquanto um fala de pessoas, o outro está pensando em resultados. Não é um erro apenas de um ou outro departamento, é mais generalizado do que isso.
Por um lado, quando estratégias são debatidas sem a devida conexão com o impacto no negócio, isso mina a credibilidade do RH e reforça a visão equivocada de que a área é um centro de custo ao invés de um gerador de valor. Por outro lado, as lideranças precisam estar dispostas a ouvir verdadeiramente os desafios do RH para investir em soluções eficazes.
Essas soluções podem vir na forma de ferramentas e treinamentos, por exemplo, mas já posso adiantar que o primeiro passo é trabalhar a intencionalidade na comunicação. Isso significa dizer o que precisa ser dito, com clareza, no momento certo, e para as pessoas certas. Significa não esperar o conflito explodir para chamar para uma conversa.
Comunicar bem não é falar mais, é falar melhor. É conectar estratégia com operação, números com comportamento e metas com propósito. Empresas que entendem isso começam a ganhar confiança, alinhamento e o que todo mundo quer: resultado.
Fonte: TecMundo