Diante do escalonamento do conflito com Israel, o governo do Irã pediu aos cidadãos que desinstalem o WhatsApp e outros aplicativos de celular. O alerta foi emitido por um canal estatal na terça-feira (17). Via The Associated Press.
A principal preocupação das autoridades iranianas é de que o mensageiro e outros apps baseados em localização estejam repassando informações sensíveis para Israel — o que representaria uma ameaça direta à segurança nacional.
Segundo a emissora estatal IRIB (República Islâmica do Irã), esse seria um dos “principais métodos de Israel para identificar e atingir indivíduos”, conforme apontado em um relatório de segurança divulgado no mesmo dia.

“Após os recentes assassinatos seletivos, incluindo o de cientistas, relatos indicam que o regime (israelense) utiliza o rastreamento de celulares para atingir alvos dentro do Irã”, afirmou a emissora de TV. O canal também recomendou que a população evite levar celulares para áreas sensíveis.
Embora não existam provas concretas de que o WhatsApp compartilhe dados com o governo de Israel, a desconfiança do Irã não é isolada. Por razões semelhantes, o TikTok está constantemente sob escrutínio nos Estados Unidos, que enxergam o app chinês como uma ameaça potencial à segurança nacional.
Conversas do WhatsApp são criptografadas
Vale lembrar que as conversas no WhatsApp são protegidas com criptografia de ponta a ponta — o que, em tese, impede até a própria Meta de acessar o conteúdo das mensagens. No entanto, os metadados (como nomes, números de telefone e grupos ou canais acessados) ficam armazenados nos servidores da empresa.
Esses metadados, por sua vez, podem representar riscos significativos. Como destaca Gregory Falco, professor assistente de engenharia na Universidade de Cornell e especialista em cibersegurança, esse tipo de informação pode comprometer a segurança dos usuários e levantar preocupações sobre a soberania digital do país. Há ainda a possibilidade de que esses dados estejam sendo armazenados fora do território iraniano, o que abriria mais uma brecha de vulnerabilidade.
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Fonte: TecMundo