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Metais em asteroides caídos na Lua podem valer mais de US$ 1 trilhão

Embora pareça cenário de ficção científica, um novo estudo científico publicado na revista Planetary and Space Science faz um levantamento de crateras lunares que podem conter restos de asteroides ricos em minérios. As estimativas são de que uma possível prospecção lunar poderia explorar mais de US$ 1 trilhão em platina e outros metais preciosos. 

Os cientistas partiram de um estudo anterior, feito em 2014, que estimava quantos asteroides ricos em minérios passam perto da Terra. No novo trabalho, eles adaptaram o modelo para a Lua e concluíram que há cerca de 6,5 mil crateras com mais de um quilômetro de diâmetro que ainda preservam fragmentos desses antigos viajantes espaciais. 

Para o primeiro autor do artigo, Jayanth Chennamangalam, um pesquisador independente de Vancouver, no Canadá, “hoje, a astronomia é feita para saciar nossa curiosidade”, tem poucas aplicações práticas e é paga com dinheiro do contribuinte. Por isso, monetizar os recursos espaciais, na Lua ou em asteroides, levaria com empresas privadas a investir na exploração do Sistema Solar.

Calculando o número de crateras candidatas à mineração espacial

Metais em asteroides caídos na Lua podem valer mais de US$ 1 trilhão
Há 6.500 crateras comercialmente valiosas na Lua. (Fonte: NASA/GSFC/Arizona State University/Divulgação)

Para calcular quantas crateras foram formadas por asteroides metálicos com alta concentração de platina, os autores criaram algoritmos para separar entre as formadas por corpos rochosos metálicos e as de outros impactadores. Por isso selecionaram, entre 1,3 milhão de crateras lunares estimadas, apenas as criadas por impactos “suaves” que preservaram fragmentos significativos.

A descoberta de cerca de 6,5 mil crateras comercialmente valiosas indica que há “muito mais crateras na Lua com remanescentes de asteroides contendo minério do que asteroides contendo minério, acessíveis”, afirma Chennamangalam à New Scientist. Trata-se de uma concentração única de recursos valiosos em localização relativamente próxima.  

Além disso, diz o pesquisador, a exploração lunar apresenta benefícios significativos sobre a mineração asteroidal. Enquanto asteroides distantes possuem gravidades insignificantes que complicam operações técnicas, a gravidade lunar — um sexto da terrestre — oferece estabilidade operacional adequada, tornando nosso satélite natural um alvo mais viável.

Desafios legais da mineração lunar

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O Acordo Lunar ainda não foi ratificado por muitos países. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Para regular possíveis disputas geopolíticas entre grandes potências ou corporações, o Tratado do Espaço Exterior, de 1967, permanece como fundamento jurídico para atividades extraterrestres. Embora proíba apropriação nacional de “corpos celestes”, não define se asteroides estão nessa categoria, ou mesmo se mineração privada seria “apropriação nacional”.

Para a especialista em direito da tecnologia, Rebecca Connolly, da Universidade de Sydney, o tratado deixa algumas questões em aberto, como a falta de definições claras sobre propriedade de recursos extraídos, direitos comerciais, compartilhamento equitativo de benefícios, proteção ambiental e regulamentação para ocupação permanente da Lua. 

Alguns Estados também questionam a proibição de reivindicar direitos sobre um asteroide. Falando à New Scientist, a consultora do governo britânico na ONU, Joanne Wheeler, afirma: “Da mesma forma [que peixes em alto-mar], asteroides podem não ser propriedade de ninguém, mas você pode minerar os recursos e depois vendê-los“.

A mineração especificamente na Lua também é recheada de incertezas jurídicas. Um tratado internacional informalmente chamado de Acordo Lunar ainda não foi totalmente ratificado. “O Acordo Lunar reconhece que a mineração lunar está prestes a se tornar viável”, explica Wheeler. “Mas os EUA, a China e a Rússia não são signatários, então falta força”, conclui. 

O que você achou desse “inventário” das riquezas minerais da Lua? Forma de a exploração espacial se autofinanciar ou apenas uma visão utilitarista de mineração? Comente nas redes sociais e compartilhe este artigo com seus amigos.

Fonte: TecMundo

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