A Apple teria fornecido menos dados de notificações push pessoais de usuários para governos de todo o mundo, como Israel e EUA. Como aponta o relatório de transparência de dados da empresa, múltiplos países solicitaram informações à gigante, que reduziu a entrega desses dados em cerca de 17%.
Segundo esse documento, o número de solicitações de governos por dados via notificação do tipo push aumentou de 119 em 2023, para 277 em meados de 2024. A Maçã, no entanto, reduziu sua taxa de aprovação para esses pedidos, saindo de 76% para 59%, no respectivo período.
Em um dos casos que mais chama a atenção, reportado pelo veículo independente 404 Media, Israel teria exigido dados relacionados a quase 700 notificações de uma única vez, mas a Apple fez jogo duro. Durante o período, os EUA teriam feito 99 pedidos sobre 365 notificações push diferentes, mas só obteve respostas em 65 dessas solicitações.

O Reino Unido fez 123 requisições sobre 128 notificações, e recebeu 111 desses pedidos. Já a Alemanha fez e recebeu todos os seus 5 pedidos. Holanda e França foram “países ignorados”, e não receberam nenhuma das solicitações feitas. A 404 Media tentou entrar em contato para obter respostas sobre o governo de Israel e da Apple, mas não obteve respostas.
Por que os governos querem dados de notificações?
As solicitações de notificações push para a Apple não são uma novidade. Essa prática veio à tona após o senador norte-americano Ron Wyden expor o processo em 2023. O democrata havia revelado ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos que gigantes como Google e Apple recebem pedidos oficiais do governo sobre esses dados.
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Na prática, os dados de push podem revelar alvos e até mesmo incluir conteúdo não criptografado. Como apontou Wyden no passado, essa prática seria uma facilitadora para espionagem. A Apple passou a exigir que as autoridades interessadas enviassem uma ordem judicial para só assim liberar as informações.
Para mais informações sobre a Apple, é só ficar ligado no site do TecMundo.
Fonte: TecMundo