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Conheça a história da TP-Link, uma das gigantes do mercado de roteadores

A história da tecnologia normalmente privilegia companhias de produtos como celulares, computadores e serviços digitais, mas algumas companhias de atuação mais técnica acabam deixadas de lado. É o caso da TP-Link, uma fabricante de um dispositivo essencial para que você se mantenha online: o roteador que estabelece a conexão com a internet.

Essa companhia já é veterana no mercado e tem inclusive uma presença forte aqui no Brasil. A seguir, confira em detalhes a origem, a diversificação da companhia e também a complicada situação atual dela no mercado internacional.

A origem da TP-Link

A fabricante TP-Link nasce em Shenzhen, na China, em 1996. Os dois fundadores são Chao Jiànjūn e Chao Jiāxīng, irmãos que no ocidente usam o nome de Cliff e Jeffrey respectivamente. Eles são executivos bem discretos, com poucas informações sobre eles na internet ou entrevistas fora da China.

O nome da companhia é baseado no cabo de par trançado, ou twister pair link. Ele foi inventado por Alexander Graham Bell, o criador do primeiro telefone. usado em Telefonia, terminais e linhas de modem, esse componente é formado por dois fios de um mesmo circuito que ficam entrelaçados entre si para reduzir a radiação eletromagnética e possíveis interferências.

Os irmãos começam produzindo placas de rede, um componente importante que gerencia a troca de dados de um computador conectado a uma rede, seja ela com ou sem fio. Até o começo dos anos 2000 você não ouve falar nessa marca, já que ela atua somente na China e disputa mercados com multinacionais.

No meio dessa década, ela decide mudar o foco para a produção de dispositivos de rede sem fio, como pontos de acesso e roteadores no geral. Pela falta de rivais locais, em dois anos para ela vira a líder de mercado local e maior fabricante chinesa de produtos de rede para casa e escritórios de pequeno ou médio porte.

Conheça a história da TP-Link, uma das gigantes do mercado de roteadores
O TL-WR642G. (Imagem: Divulgação/TP-Link)

O ano de 2007 é bem importante para a TP-Link: ela começa a expansão internacional, inclusive para o Brasil, inicialmente representado por uma empresa chamada Unicoba. E saiu nesse ano o TL-WR642G, o primeiro sucesso global dela no setor de roteadores.

Destaques da TP-Link em roteadores

Ao longo dos anos, a fabricante lançou uma enorme quantidade de dispositivos para conexão com a internet por meio de cabos ou sem fio. Alguns dos modelos mais lembrados ou de maior sucesso comercial incluem dispositivos como:

  • o TL-WR740N, de 2009, um dos mais acessíveis e populares de toda a fabricante nesse período;
  • o Portable 3G TL-MR3040, de 2011, que criava pontos de acesso Wi-Fi para conectar tablets, celulares, consoles portáteis e outros eletrônicos se você estivesse viajando, por exemplo;
  • o TP-Link Archer C7, de 2013, que ajudou a espalhar a palavra do Wi-Fi de duas bandas e começou uma linha de sucesso;
  • o Talon AD7200, de 2016, primeiro roteador no padrão de Wi-Fi 802.11ad;
  • o roteador top de linha quad-band Archer BE900, um dos primeiros do mundo com suporte para o padrão de conexão Wi-Fi 7

A TP-Link diversifica os negócios

A reputação dela nesse campo fica tão grande que em 2015 ela fabrica junto com a Asus o OnHub, um roteador lançado pela Google. No mesmo ano chega a linha Pharos de equipamentos de rede para uso externo. Já no ano seguinte ela apresenta uma nova logo, que passa a impressão de marca descolada e caseira.

No mesmo ano, ela tenta entrar no mercado de smartphone com a linha Neffos. O primeiro modelo foi o C5, que a análise publicada pelo TecMundo na época achou “OK” dentro da proposta de intermediário com preço baixo. A família teve ainda mais modelos, como o X1 e o X1 Max, que já eram bem mais caros e também vieram ao Brasil. Mas esse não foi um segmento que ela insistiu muito até por ser altamente competitivo.

6 de junho de 2025 - 20:05
O Neffos X1. (Imagem: Divulgação/TP-Link)

Saltando mais um ano, os lançamentos de 2017 são bem relevantes. O primeiro deles é a geração inicial de sistemas de conexão mesh da TP-Link, a Deco M5. A tecnologia mesh é uma rede de malha de internet: são dois ou mais módulos espalhados por um imóvel e conectados a um roteador compatível para formar uma rede de sinal estável e alta qualidade.

A segunda novidade do ano é a Omada, uma subdivisão para o mercado corporativo que oferece uma ampla variedade de soluções na nuvem e serviços de acesso à rede, além de suporte para o cliente.

o roteador mesh Deco M5 da TP-Link em cima de uma mesa de madeira
O modelo mesh de roteador da empresa. (Divulgação/TP-Link_)

Nesse momento, ocorre também a criação de novas divisões para diversificar a marca. Uma delas é a Tapo, marca do grupo para itens de casa inteligente. Ela começou com câmera e adaptador para tomadas, depois passando para lâmpadas e vários outros produtos, como um aspirador-robô.

A TP-Link tinha desde antes outra linha de produtos domésticos, a Kasa, que aos poucos tem sido deixada de lado. Já a outra submarca ativa é a Vigi, focada em dispositivos de vigilância e segurança, como câmeras de alta definição e monitoramento remoto.
 

Mudanças corporativas e problemas políticos

Nesse período, a divisão norte-americana e internacional da TP-Link começa a se separar formalmente da divisão chinesa, inclusive com equipes, estratégia e executivos diferentes. Essa foi uma medida não só de mercado, mas também política: era uma tentativa da empresa de mostrar que o braço dos Estados Unidos e da China não estavam diretamente conectados e, por isso, sanções do governo norte-americano não seriam necessárias. 

O resultado? Em outubro de 2024, nasce a TP-Link Systems em Irvine, na Califórnia. Ela é a fusão da divisão norte-americana e internacional, incluindo a filial brasileira, e atua separadamente da TP-Link Technologies, que é a marca original e presente apenas no mercado da China.

O aspirador robô da Tapo.
O aspirador robô que marca a diversificação da marca. (Imagem: Divulgação/Tapo)

As mudanças envolveram também os cofundadores. Antes, os dois eram os acionistas majoritários da empresa, mas o Jeffrey comprou a parte do irmão e passou a administrar o braço global sozinho. A TP-Link Systems atualmente é dona de 65% do mercado de roteadores domésticos nos Estados Unidos.

Mas toda essa reviravolta na estrutura corporativa não impediu a empresa de ter problemas. No fim de 2024, o governo de transição de Donald Trump cogita banir roteadores da marca por riscos em cibersegurança, possíveis laços com o governo chinês e acusações de espionagem. O caso segue em análise e ainda não teve um desfecho até a publicação desta matéria.

Em maio de 2023, a Check Point até encontrou um firmware malicioso em roteadores da TP-Link com possíveis ligações com hackers de origem chinesa. Mas ela não era a única empresa em risco, e sim a que foi escolhida para ter a falha explorada. Além disso, ela se defende dizendo que sempre atualiza os equipamentos para corrigir vulnerabilidades que são descobertas, e às vezes o próprio usuário acaba não colaborando.

Fonte: TecMundo

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